Tive a oportunidade de assistir a esse filme, onde mostra, entre outras coisas, a superação de uma pessoa que, aos 21 anos, recebe a noticia de que está com uma doença degenerativa, e que teria apenas mais dois anos de vida, com uma excelente performance do artista principal. Também mostra a decisão de uma garota em casar com esse jovem, mesmo sabendo de que ele estava com um problema de saúde que acabaria exigindo muito dela. Mas vou deixar para todos o comentário do Michelson Borges, sobre o mesmo:

Ontem assisti ao filme A Teoria de Tudo, inspirado no livro homônimo escrito pela primeira esposa de Stephen Hawking, Jane. É um interessante contraponto ao mais recente livro dele, Minha Breve História (cuja resenha publiquei aqui). Em seu livro, Hawking dá mais atenção às suas teorias e pesquisas, ao passo que Jane revela mais das relações humanas envolvidas na história de ambos. Jane é cristã e estudou artes; Hawking, como quase todo mundo sabe, é ateu, físico e cosmólogo, dono de uma mente matemática. E é justamente isso que torna interessante a comparação entre as duas narrativas biográficas (ainda quero ler o livro dela). Diferentemente de Richard Dawkins, o neoateu militante e estridente que não crê na existência de Deus mas odeia Deus, Hawking parece guardar para si certa revolta com o que “a vida fez com ele”. Uma das mentes mais brilhantes do mundo vive na iminência de perder contato com a realidade, já que se comunica precariamente por meio de movimentos oculares e um computador que interpreta esses movimentos. Uma mente brilhante limitada há anos por um corpo que definha pouco a pouco. Hawking deveria ter morrido dois anos após o diagnóstico de sua doença neurodegenerativa, mas já passou dos 70. Suas pesquisas teóricas o têm levado a reflexões sobre a origem do Universo e (indiretamente) sobre Deus, embora O negue. Será que o Criador está concedendo tempo ao cientista?

A Teoria de Tudo é realmente uma história tocante que faz pensar. A história de Hawking e Jane faz pensar. É um drama sobre fé e ateísmo; sobre amor e lutas – vencidas e perdidas. Um drama sobre a vida, suas alegrias e tristezas. Mas, sobretudo, uma reflexão sobre a brevidade da existência humana e a quase inutilidade de suas conquistas sem Deus. [MB]

Recentemente, Jane fez alguns comentários interessantes publicados no jornal El Mundo e reproduzidas no site ACI Digital, a respeito de suas orações pelo cientista. Confira a matéria:

“‘Por favor, Senhor, que Stephen esteja vivo!’, foi a prece desesperada que Jane Wilde expressou em voz baixa em 1985, quando lhe disseram por telefone que seu marido, o agora famoso cientista Stephen Hawking, teria que ser desconectado do respirador após entrar em coma por uma pneumonia virulenta.

“Jane recorda esta cena em seu livro [A Teoria de Tudo], onde conta que se aferrou a Deus nessa ocasião como em muitas outras vezes. Esse Deus no qual ela sempre acreditou ‘para resistir e manter a esperança’ frente ao ateísmo fervente de seu marido doente, que desprezava e inclusive debochava de suas ‘superstições religiosas’, porque ‘a única deusa de Stephen Hawking é e sempre foi a Física’.

“Em entrevista com o jornal espanhol El Mundo, a ex-esposa recorda que os médicos suíços lhe deram a entender que não havia nada a fazer, e que se ela autorizasse, desconectariam o respirador artificial para deixá-lo morrer com a mínima dor possível. ‘Desconectar o respirador era impensável. Que final mais ignominioso para uma luta tão heroica pela vida! Que negação de tudo pelo que eu também tinha lutado! Minha resposta foi rápida: Stephen deve viver’, afirmou.

“Os médicos se viram na obrigação de realizar uma traqueotomia que salvou a vida do cientista mas também o deixou sem fala, obrigando-o a comunicar-se com a voz robótica de seu sintetizador. Jane afirma que não se equivocou ao tomar essa decisão que permitiu ao astrofísico, que [completou] 73 anos em 8 de janeiro e segue escrevendo livros e dando conferências, seguir vivo.

“Jane Wilde se casou com Stephen Hawking quando ele tinha 23 anos, então era um jovem estudante de física que dois anos antes tinha sido diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, uma enfermidade neurodegenerativa. Entretanto, isso não desanimou Jane que decidiu dedicar [parte de] sua vida a cuidar do homem que em pouco tempo se converteria em um dos mais famosos cientistas da história e com quem teve três filhos.

“Na entrevista ao diário espanhol, a primeira mulher do famoso astrofísico assegura que conforme avançava a cruel enfermidade de seu marido, mais dependente dela ele se tornava, ‘e mais duro era o desafio de banhá-lo, asseá-lo, vesti-lo e dar de comer em colheradas ao brilhante cérebro com o corpo paralisado’, além de criar seus três filhos. Diante dessa difícil situação, ela assegura na entrevista que ‘a chave de sua resistência foi precisamente a fé nesse Deus rechaçado pelas teorias cosmológicas do professor Hawking’.

“‘Eu entendia as razões do ateísmo do Stephen, porque se à idade de 21 anos uma pessoa é diagnosticada com uma enfermidade tão terrível, vai acreditar em um Deus bom? Eu acredito que não’, admite Jane. ‘Entretanto, eu precisava da minha fé, porque me deu o apoio e o consolo necessários para poder continuar. Sem minha fé, não teria tido nada, salvo a ajuda de meus pais e de alguns amigos. Mas, graças à fé, sempre acreditei que superaria todos os problemas que surgissem.’

“Em ocasiões anteriores, Stephen Hawking tinha declarado ao mesmo periódico que ‘o milagre não é compatível com a ciência’. ‘Ele disse isso? Engraçado… porque eu acredito que é um milagre que ele esteja vivo. É um milagre da ciência médica, da determinação humana, são muitos milagres juntos. Para mim, é muito difícil explicá-lo’, expressou Jane, surpresa pelas declarações do ex-marido. A doença da qual sofre o astrofísico costuma dar uma estimativa de vida de um ou dois anos aos pacientes.

“Jane assegura [em seu livro] que enquanto Stephen ‘caçoava’ da religião, ela ‘necessitava ferventemente acreditar que na vida havia algo mais que os meros dados da leis da física e a luta cotidiana pela sobrevivência’, porque o ateísmo de seu marido ‘não podia oferecer consolo, bem-estar nem esperança em relação à condição humana’.” – Michelson Borges

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