Não beberemos vinho porque o nosso antepassado Jonadabe, filho de Recabe, nos deu esta ordem: “Nem vocês nem os seus descendentes beberão vinho.” Jeremias 35:6

A disponibilização da graça divina e do poder do Espírito Santo a um filho de Deus pode não ser suficiente para livrá-lo das armadilhas do inimigo. Contudo, acaso os recursos providos pelo Céu a fim de nos socorrer seriam limitados? Evidentemente, não! A questão é que Deus não trabalha com robôs, mas com seres humanos inteligentes, dotados de vontade, livres para tomar decisões.

Podemos escolher permanecer na trilha da graça que nos possibilitou perdão e aceitação da parte de Deus e continuar dependentes do Espírito Santo ou ceder às insinuações que o inimigo faz para nos afastar de tudo isso. Já se disse que o livre-arbítrio é o grande risco a que está sujeito o amor do Pai. Entretanto, Seu imenso coração preferiu nos tratar com amor, como seres criados à Sua imagem e semelhança, não importando o preço a ser pago. Isso deve nos inspirar a fazer escolhas corretas.

O grande desafio do cristão é se contrapor à avalanche de conceitos e valores pluralistas prevalecentes em nossos dias. Ela atinge em cheio a religião e exige de nós ousadia e firmeza para dizer “sim” a Deus, mantendo-nos na contramão do mundo.

Tem sido assim ao longo da história. Durante o reinado de Jeoaquim, Jeremias foi induzido a usar uma ilustração viva de fidelidade absoluta para o povo de Judá, oferecendo vinho aos recabitas. Descendentes de Recabe, eles receberam as instruções deixadas pelo antepassado Jonadabe: abster-se de vinho, não construir casas, não cultivar a terra e adotar um estilo de vida nômade. A oferta do profeta foi respondida com um sonoro “não!” Nada de racionalizações, alternativas nem concessões. “Nosso antepassado […] nos deu esta ordem” (Jr 35:6). Esse exemplo de fidelidade deveria ser visto no comportamento dos judeus em relação a Deus. Não menos é esperado de você e de mim hoje.

Os tempos mudaram, a cultura mudou. Não precisamos seguir cada detalhe do estilo de vida recabita, mas as mudanças culturais e o passar do tempo não alteram princípios. O princípio de fidelidade absoluta a Deus transcende os limites de tempo, geografia e cultura. Portanto, o melhor que devemos fazer é não subestimar a sutileza do tentador e suas tentações. Muitas vezes, em nosso tempo, seremos considerados fora do ritmo em que o mundo se move. Que seja assim! Os prazeres dessa postura são avaliados em termos de eternidade com o Senhor.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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