Enoque andou com Deus e já não era, porque Deus o tomou para Si. Gênesis 5:24

Conheço muitas pessoas que apreciam memorizar e recitar genealogias bíblicas. Outras, porém, não se entusiasmam com a repetição de nomes e fatos. Talvez você esteja entre esses leitores da Bíblia. Em Gênesis 5, por exemplo, há nove referências às formas verbais “viveu” e “morreu”. Ao mencionar Enoque, pai de Matusalém, o relato parece fazer cair uma gota de chuva na aridez, ao afirmar que ele “viveu”. Não morreu. “Foi trasladado para não ver a morte” (Hb 11:5). Deus fez dele um troféu de Sua vitória sobre o poder da morte.

A afirmação de que “Enoque andou com Deus” evidencia uma experiência singular de vida. Não se tratava de algo místico, teórico ou forçoso. Andar com Deus é algo sublime. Trata-se de relacionamento pessoal entre amigos. A carta aos Hebreus associa a essa experiência a frase “pela fé”. É nessa interação de fé que compreendemos o caráter divino, nossa dependência da graça, e nela nos abrigamos sempre, exatamente como já foi dito a respeito do próprio Enoque: “Quanto mais íntima era sua ligação com Deus, mais profunda era a percepção da própria fraqueza e imperfeição” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, p. 85).

Apesar da iniquidade que o cercava, Enoque não se isolou das pessoas. Era entre elas que deveria fazer diferença, sendo um testemunho da graça e do juízo divinos. “O infinito e insondável amor de Deus mediante Cristo se tornou o assunto de suas meditações dia e noite; e, com todo o fervor de seu coração, procurou revelar aquele amor ao povo entre o qual vivia” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, p. 84).

De modo semelhante, precisamos sair do círculo privativo da nossa experiência com Deus e revelá-Lo, por preceito e exemplo, às pessoas necessitadas Dele a nosso redor. A própria realidade de nosso relacionamento com Jesus fala por si mesma, ao nos tornarmos reflexos de Sua imagem e de Seu amor. Que todos O vejam em nós!

A menos que haja anormalidade, andar é uma prática habitual, presente conosco desde a infância. Não é dito que Enoque tentou nem que se esforçou, foi forçado por outros ou lutou para fazer isso. Simplesmente “andou com Deus”. De igual modo, pela fé, recebendo Seu poder e sob o impulso da graça, andamos com Deus, até o momento em que Ele nos tomará para Si, levando-nos para a glória celestial.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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