Hoje acordamos cedo para pegar o onibus para Oruro. Pegamos um taxi (o pai do meu genro veio acompanhar-nos até a estação), e como estavamos atrasados (o onibus sairia as 7.30h e ja eram 7.10), o motorista do taxi  passava pelos farois vermelhos (nao sem antes dar uma espiada e uma buzinada). Chegamos em 15 minutos.

Foi uma boa agitação, pois o onibus já estava para sair no horario, e os demais que iriam conosco ainda nao tinham chegado (o transito em torno da Rodoviaria estava complicado), conversamos com o motorista para aguardar um pouco, mas ele disse que aguardaria só mais 5 minutos (eles tentam ser o mais pontual possivel).

Quando começou a sair eles chegaram. O sogro de minha filha correu atras do onibus para faze-lo esperar, e eu fui falar com a moca do guiche para nos ajudar. Gracas a Deus deu tudo certo. Conseguimos embarcar, atrasando a viagem em 15 minutos.

O ônibus era muito bom, um pouco melhor que os que utilizávamos no fretamento para Alphaville. A pista é boa, ate que comecamos a subir a serra. É toda asfaltada, mas muito sinuosa, e não é em todos os lugares que tem proteção junto aos barrancos.

São curvas perigosissimas, tão perigosas ou mais do que as que ligam ao litoral norte de São Paulo. O  motorista não vacila, nem diminui a velocidade. Só vou confiante, pois coloquei tudo nas mãos de Deus.

Depois de 3h de viagem, estamos no alto das cordilheiras. Notei que as divisões dos terrenos que avistamos são feitas com montões de pedras (os terrenos são pedregosos e eles aproveitam as pedras do terreno para demarcar a area e para a construção de suas casas tambem).

Vi tambem muitas ‘cholitas ‘ (são mulheres de descendência indígena, que utilizam uma roupa muito peculiar, composta de uma saia larga nas ancas, um chale nas costas que serve para transportar muitas coisas, inclusive crianças, e um chapéu pequeno) cuidando das criações, e do comercio.

As rodovias são administradas pelo governo, e eles cobram pedágio para a manutenção das mesmas. Mas são muito lentos (se fosse no Brasil, iamos ter um congestionamento monstro, pois normalmente é uma cabine para a ida e outra para a volta, quando muito duas cabines. Como a demora é grande, la vem as cholitas carregadas de alimentos para vender para as pessoas que estão aguardando a vez  (lembra os congestionamentos da marginal, com os vendedores ambulantes).

Ofereciam: frango assado, patitas (pés) de cordeiro, milho com queijo, sanduiche de frango ou porco, sorvetes e produtos naturais com solução para todos os problemas de saúde.

Vejam um pouco sobre Oruro, principalmente a altitude em que estamos depois da serra bem dificil:

El departamento de Oruro se halla en plena meseta altiplánica, a 3966 metros sobre el nivel del mar, su topografía predominante es plana, aunque buena parte del territorio es montañoso, donde se eleva el majestuoso Sajama con una elevación de 6542 metros. Oruro ha sido beneficiado con yacimientos minerales como estaño, wolfram, plata, plomo, etc, está ubicado al oeste de la república de Bolivia

Notem que estamos a 3.966 mts. acima do mar. Haja ar para respirar. Eu estou com um pouco de falta de ar, já a Ivete (minha esposa) está com uma pressão muito forte na cabeça, tendo que apelar para as folhas de coca para se sentir um pouco melhor.

No final da serra chegamos a uma bifurcação – a direita para La Paz, o nosso próximo destino, e a esquerda para Oruro. Depois de 4.30h de viagem chegamos. Cidade pequena, sem muitos atrativos, a não ser um mirante, e a feira de produtos (acho que quase todas as cidades tem a sua).

São 12:30 h e o nosso trem esta previsto para as 15:00 h. Pegamos um taxi da Rodoviaria ate a Estação de trem e gastamos 10 bs. Na estação (ja estavamos com as passagens de ida e volta), deixamos a bagagem no guarda volumes e fomos almoçar.  A 5 quadras da estação encontramos um restaurante vegetariano, o GOPAR, e o almoço para 8 pessoa saiu 99 bs. (4,50 por pessoa). Boa comida e sopa saborosa.

O trem vai de Oruro ate Uiunes (101 bs por pessoa), na 1a. classe, com cadeiras reclináveis, mas não muito confortáveis, vídeo, com alguns filmes em castelhano, e músicos locais. Também serviram um lanche (1 coca com 1 pão com frango). Saiu pontualmente as 15:30 h.

A paisagem é muito bonita. Parece que estamos andando por uma área semi-desertica, com cidades após alguns kilometros de viagem, muito seco tanto o clima como as paisagens. Passamos por um lago com muitos flamingos. Também passamos por muitos criadores de lhamas, carneiros, porcos, jumentos, gado… Tudo muito simples, com seus pastores (as) ao redor e crianças também.

Chegamos as 22:30 h, com uma temperatura de 4 graus. O trem ainda iria seguir viagem para a divisa com a Argentina.  Fomos carregando a nossa bagagem ate o Hotel dos Girassoles que fica a 4 quadras da estação. As acomodações para 3 pessoas, com café da manhã saiu US17 por pessoa. Já para 5 pessoas sai U$ 20 por pessoa, mas estas acomodações são bem melhores.

O nosso banheiro era lastimavel, mas o quarto era bom, bem como as camas. Fomos tomar banho e dormir, pois no dia seguinte iremos para o Sallar de Uiunes.

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