Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 8:36

Vontade popular, desgaste do sistema econômico, elevados impostos, tentativas de recolonização e a desobediência de D. Pedro I à corte portuguesa, que exigia seu retorno definitivo à Europa, foram alguns dos ingredientes que resultaram na proclamação da independência do Brasil. As tensões dos bastidores, porém, não têm sido suficientes para embaçar o brilho do romantismo patriótico ainda hoje visto nas celebrações da conquista de 198 anos atrás.

Não há dúvida de que a liberdade, por si, é encantadora. Ironicamente, na luta por conquistá-la, muitas pessoas perdem a noção de quais caminhos devem percorrer e como devem percorrê-los. Tem sido assim desde que, no Éden, nossos primeiros pais trocaram a fórmula de Deus, liberdade e vida na dependência Dele, pela oferta feita por Satanás, de suposta liberdade na independência do Criador.

Entre os muitos exemplos dessa atitude, oferecidos pela História, desponta a Revolução Francesa (1789-1799). Ela rompeu as estruturas políticas, sociais e religiosas da França, com a suposta garantia de que todos os indivíduos e classes estariam abrigados sob o manto do lema “liberdade, igualdade e fraternidade”. O movimento transpôs os limites nacionais, mas degenerou em incredulidade e libertinagem totais, descartando com mão de ferro a crença em Deus. Nesse contexto, Jeanne Marie Roland, ou Madame Roland, destacada ativista condenada e morta à guilhotina em 1793, teria dito: “Oh, liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!” Hoje, nenhum observador precisa ser obrigado a ir tão longe para entender os terríveis desatinos cometidos em nome da liberdade, tanto na política como na sociedade e mesmo na religião.

A descrença em Deus ainda ecoa nas elaborações científicas e nas ideologias humanistas. A licenciosidade reverbera em nossos dias, amplificada ao longo do transcurso de aproximadamente três séculos dos assim chamados avanços e conquistas culturais e sociais. Entretanto, à parte de Jesus Cristo, que é a verdade personificada no coração, toda liberdade é falsa. A Seus ouvintes Ele apontou o caminho: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. […] Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:32, 36). Não existem atalhos ideológicos, políticos e sociais. Muito menos podem eles ser encontrados por meio da servidão do legalismo religioso. Somente Jesus nos torna verdadeiramente livres.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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