1. Titulo – Em hebraico, o nome deste livro é Qoheleth “O Pregador”. O orador aplica o título a si mesmo (Eclesiaste 1:12). Qoheleth se refere àquele que convoca uma assembleia ou ao “orador” oficial da reunião. A forma feminina da palavra no hebraico e seu uso com um verbo feminino (Ecl.7:27) sugerem a possibilidade de esta palavra designar não somente a Salomão como “pregador”, mas também a Sabedoria divina falando por meio dele. O título em grego e latim é “Eclesiastes”, uma possível tradução de Qoheleth. O sentido é semelhante.
  2. Autoria – Por consenso universal, desde os tempos mais remotos, o rei Salomão tem sido considerado o autor deste livro.
  3. Contexto histórico – O cenário de Eclesiastes é claramente indicado no próprio livro. Depois dos 11 versos do prólogo, ocorre uma breve declaração de Salomão: “Eu, o Pregador,… rei de Israel, em Jerusalém”(v.1:12). Como ainda era rei, fez uma declaração a respeito de sua experiência pessoal. Ele se refere não tanto a eventos históricos com os quais seus ouvintes estavam familiarizados, mas a sua busca pessoal por felicidade.
  4. Tema – O Pregador, ao levar em conta a instabilidade da felicidade humana, medita na miséria que envolve o mundo. Para um mundo angustiado o “sábio homem” não propões nenhum tipo de bem-estar social como solução às diferenças e injustiças humanas. O mais importante é dar a Deus o coração e as afeições, obedecer-Lhe e estar pronto para o juízo final. Eclesiastes proporciona uma filosofia de vida equilibrada, o propósito da existência do ser humano, seu dever e seu destino. O sermão de Salomão cujo nome significa “paz” (algo que ele só encontrou na velhice) foi apropriadamente incluído pelos judeus na seção final do AT, como uma culminação à filosofia de vida ilustrada pela maneira de Deus lidar com Seu povo nos tempos antigos.

Quando Salomão perdeu de vista a fonte de sabedoria, glória e poder que o Céu lhe havia outorgado tão bondosamente, as tendências naturais sobrepujaram a razão. A confiança em Deus e a orientação divina deu lugar a uma crescente auto-confiança e à busca de seu próprios caminhos. A dúvida e a descrença endureceram seu coração, fragilizando seus princípios morais, degradando sua vida e o levando à apostasia completa. No final da vida, sua consciência finalmente despertou e Salomão compreendeu a realidade de sua insensatez e viu a si mesmo como Deus o via, um “rei velho e insensato, que já não se deixa admoestar” (Ec.4:13). Sinceramente arrependido, ele se esforçou para corrigir o caminho que havia trilhado na desobediência. Com espírito contrito regressou cansado e sedento das poluídas cisternas terrenas para mais uma vez beber da fonte da vida.

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