E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Mateus 24:12 (ARA)

Viver nos últimos dias não será fácil. Em Mateus 24, Jesus, com sua sensibili­dade messiânica e seu olhar profético, pintou um cenário impressionista do fim do mundo. No meio de uma variedade de sinais astronômicos, cósmicos, sociológi­cos, políticos e religiosos, ele mencionou o esfriamento do amor. Será que isso real­mente seria relevante? Afinal, a falta de amor não existe desde o início do mundo?

Jesus estava predizendo uma situação anormal, caracterizada pela maldade. A palavra usada para “iniquidade” é anomia, a falta de lei; e o termo para “amor” éagape. Como a síntese da lei é o amor, a ausência de lei significa desamor. A equação é simples: muita maldade, pouco amor; muito amor, pouca maldade. A proporção é inversa. Se você tem a lei no coração, o amor brilhará em seus olhos e controlará suas mãos. Sem a lei escrita nos neurônios, o princípio do amor desaparece. De tanto ver a maldade, as pessoas se tornam frias, sem sentimento, sem compaixão.

Esse fenômeno social, emocional e espiritual afetaria a própria igreja. O amor do tipo agape, que caracteriza os discípulos de Jesus, perderia sua essência. A tem­peratura do amor de muitas pessoas cairia abaixo de zero. Termômetro lá embaixo, os sinais do inverno espiritual tomariam conta do mundo. A religião seria uma for­malidade cultural. Tendo a consciência neutralizada pelo mal e a paixão estimu­lada pelos desejos sensuais, muitos acabariam tendo uma mente reprovável e um comportamento monstruoso.

Ao que parece, o estado de gelidez começou a afetar a própria comunidade cristã no fim do lº século. Seria por acaso que João, o último discípulo vivo, falou tanto sobre o amor? Talvez muitos nem levassem a sério seus conselhos, achando que o velho apóstolo estivesse revisitando demais o tema de sua obsessão. Hoje, a situação não está melhor. Os ventos frios da falta de amor têm soprado forte. Enquanto a temperatura atmosférica aumenta, a temperatura “agapeica” diminui.

Os organismos internacionais têm ferramentas para medir o bem-estar e o nível de vida das nações. Um deles é o IDH, o índice de desenvolvimento humano. Se fôs­semos criar um índice de demonstração de amor (IDA), qual seria a sua classificação e como seria o mapa de sua igreja? Digamos que, há dez anos, o seu índice de amor fosse 50% superior ao do mundo, e que hoje continue 50% superior. Porém, como o amor do mundo diminuiu nesse período, ainda que a proporção do seu amor con­tinue a mesma, na realidade você está amando menos. Por isso, esquente o seu amor. A profecia de Jesus está se cumprindo, mas não precisa se cumprir em você. mateus-24_12-13

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