Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Isaías 1:18
Em Isaías 1, o profeta se queixa de Judá por sua rebelião, lamenta seus juízos, censura sua devoção, exorta ao arrependimento, com promessas e ameaças, lamenta sua maldade, anuncia os juízos divinos, promete graça e prevê a destruição dos ímpios. O reinado de Uzias chegava ao fim, e Jotão, seu filho, estava cuidando de muitas das tarefas do Estado, quando Isaías, foi chamado para a missão profética. Os tempo em que Isaías devia trabalhar estavam repletos de perigos peculiares para o povo de Deus. O profeta devia testemunhar a invasão de Judá pelos exércitos combinados do norte de Israel e da Síria; e outras invasões e destruição de seu povo, que iria para o cativeiro e disperso entre as nações estrangeiras.
Mensagem para o povo rebelde de Judá (v1:10):
Visão de Isaías a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de reinado de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá:
Ouçam, ó céus! Preste atenção, ó terra! Assim diz o Senhor: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. O boi conhece o seu senhor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não conhece o seu Senhor; não reconhece meu cuidado por ele. Ai, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, povo perverso, filhos corruptos que rejeitaram o Senhor. Desprezaram o Santo de Israel (expressão usada por Isaías 25 vezes, para se referir a Deus) e deram as costas para Ele.
Por que continuam a atrair castigo sobre si? Vão se rebelar para sempre? Sua cabeça está ferida, seu coração está enfermo. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, não há ataduras nem óleo para dar alívio. A vossa terra está em ruínas, suas cidades foram queimadas pelo fogo. Estrangeiros saqueiam seus campos diante de vocês; e destroem tudo que veem pela frente. E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal (plantação de pepinos), como uma cidade sitiada.
Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, se não tivesse polpado alguns de nós, teriamos sido exterminados como Sodoma, e destrídos como Gomorra. Ouvi a palavra do Senhor, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.
Sacrifícios vãos (v.11-15):
O que os faz pensar que desejo seus muitos sacrifícios? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quem lhes pediu que fizessem esse alvoroço em meus pátios quando vêm me adorar? Não continueis a trazer ofertas vãs, inúteis; o incenso é para mim abominação, Suas festas de luas novas, seus sábados, e a convocação das assembleias, tudo isso é pecaminoso e falso; não posso mais suportar suas reuniões solenes. As vossas luas novas, e as solenidades anuais, são um peso para mim, não as suporto!
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, que sejam muitas as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Exortação ao arrependimento (v.16-20):
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendam sua; lutem pelos direitos das viúvas. Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã, eu farei isso por vocês. Se quiserem me obedecer, terão comida com fartura. Mas se recusardes a ouvir, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse.
Jerusalém, cidade infiel (v.21-23):
Como se fez prostituta a cidade que era tão fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora está cheia de assassinos, de homicidas. A tua prata tornou-se em escórias, coisa desprezível, o teu vinho se misturou com água. Os teus príncipes, os seus líderes, são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, os subornos e exigem propina; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva.
Promessa de restauração (v.24-27):
Portanto diz o Senhor dos Exércitos, o Forte de Israel: Ah! tomarei satisfações dos meus adversários, e vingar-me-ei dos meus inimigos. E voltarei contra ti a minha mão, e purificarei inteiramente as tuas escórias; e tirar-te-ei toda a impureza. E te restituirei os teus bons juízes, como foram dantes; e os teus conselheiros sábios, como antigamente; e então te chamarão cidade de justiça, cidade fiel. Sião será remida com juízo, será chamada de Centro de Justiça e Cidade Fiel. Os que se arrependerem serão restaurados pela retidão.
Destruição do templo (v.28-31):
Mas os rebeldes e os pecadores serão destruídos; e os que deixarem o Senhor serão consumidos. Vocês se envergonharão de sua idolatria em bosques de carvalhos. Ficarão desconcertados de terem adorado em jardins dedicados a ídolos. Serão como uma grande árvore com folhas murchas, como um jardim sem água. Os mais fortes em seu meio desaparecerão como palha; seus atos perversos serão a faísca que a incendeia. Queimarão junto com suas obras, e ninguém conseguirá apagar o fogo.
A depravação do povo chegou a um ponto, que tudo o que eles faziam para Deus era só formalismo, superficialidades. Deus não se agradava de nada disso, tanto que chega ao ponto de falar que tudo isso O aborrecia. Judá ainda tinha a aparência de uma nação religiosa. Embora se mantivessem as formas externas, de religião, o professo povo de Deus tinha esquecido o que o Senhor realmente queria deles. Estavam dispostos a oferecer sacrifícios, mas não a dar o coração ao Senhor. Isaías se esforçou para despertar o povo e fazer com que percebesse a tolice de seus caminhos. Tudo isso era uma abominação para Deus.
