Não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Romanos 12:3

A filosofia competitiva prevalecente no mundo tem deixado marcas em muitas pessoas. Sendo preteridas, muitas acabam tendo a autoestima reduzida. Preferidas, algumas desequilibram para o alto o conceito que têm delas mesmas, alimentando o sentimento de presunção e orgulho. Diariamente, empresas e organizações precisam selecionar candidatos a vagas disponíveis. Essas empresas têm o direito de optar por aqueles avaliados como melhores. Isso não significa que esses candidatos sejam únicos em todas as coisas; e os outros, incapazes para tudo o mais. Os papéis podem se inverter: quem perde hoje pode, com isso, dar o primeiro passo rumo ao ganho de amanhã. O preferido de hoje para uma função pode ser o preterido de amanhã na concorrência para outra função. Tudo depende de se encarar o fato com a perspectiva certa. Essa perspectiva está diretamente relacionada à consideração das habilidades de cada um. Nenhum de nós é tudo para todas as coisas.

Uma das marcas das obras divinas é a diversidade mutuamente complementar de coisas e pessoas. Por exemplo, isso pode ser visto na natureza, na harmonia das cores e das notas musicais, no funcionamento do corpo humano e na criação do homem e da mulher. Foi nessa moldura que Paulo pintou o quadro dos dons espirituais concedidos aos crentes (Rm 12:3-8; 1Co 12:4-31). É por causa dessa pluralidade, e por meio dela, que todos podem contribuir para o bem e crescimento do todo: a igreja.

Sendo os dons espirituais concessões da graça divina, nenhuma pessoa deve pensar “de si mesmo além do que convém”. Não temos individualmente todos os dons, mas todos os membros e ministérios da igreja são indispensáveis. É desejo de Deus que, no valor a nós atribuído por Ele, sejamos e nos sintamos plenamente integrados ao corpo e alegremente prestemos o melhor serviço. Assim, não cairemos na tentação de nos achar superiores a nosso irmão, muito menos ele precisa se encolher sob o manto da baixa autoestima. Não somos concorrentes, mas colaboradores uns dos outros. Assim deve ser no campo profissional.

O padrão pelo qual as pessoas em geral se avaliam é o da presunção. A medida pela qual o cristão se avalia é a fé, “pois quanto maior a medida da fé, mais elevada será a percepção da dependência de Deus” (Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 679). Essa é a regra que deve moldar nossos relacionamentos na igreja e fora dela.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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