Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho. Gênesis 18:14

A Bíblia contém várias palavras para identificar o tempo. Algumas delas são os termos hebraicos ’et, que especifica épocas (juventude, velhice, tempo de oportunidades), e mo’ed, que indica tempo previsível, delimitado, estabelecido, designado (dia e noite, ocasião de festas). Também emprega as palavras gregas kronos, que se refere à extensão ou quantidade do tempo, e kairos, que especifica a qualidade do tempo, o momento em que algo especial acontece. O kairos já foi definido por alguém como sendo a atuação de Deus no kronos, na História, ou seja, Deus realizando o que prometeu no momento certo. Foi assim que na “plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho” (Gl 4:4). Nesse modo divino de agir, as profecias se cumprem sem adiantamento nem tardança.

Assim, Deus anunciou a Abraão e a Sara o nascimento de Isaque. Em vista da condição física do casal, ninguém poderia supor que isso se tornaria possível. Sara já havia chegado à idade da menopausa, e Abraão tinha 99 anos. Mais tarde, Paulo descreveu sua condição como a de corpos mortos, infrutíferos. Contudo, a promessa havia sido feita pelo “Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem” (Rm 4:17). Para Ele, nada é impossível de ser concretizado (Gn 18:14). Mesmo onde a multiplicação da vida já não é possível o Senhor pode fazer com que haja o renascimento de energias físicas em cumprimento de Seus propósitos e de Sua vontade. Permite o surgimento de barreiras humanamente intransponíveis para que Sua onipotência seja ressaltada.

Foi assim que, na primavera (Gn 18:14), a contar de quando a promessa foi feita, o casal se alegrou com o nascimento de Isaque (Gn 21:1-3).

As impossibilidades do homem e as possibilidades divinas vão além do campo físico. A vida terrestre está pontilhada delas. Um inventário dos arquivos de nossa experiência de vida nos revelará inumeráveis situações envolvendo saúde, finanças, relacionamentos e sonhos, diante dos quais não podíamos enxergar um palmo além das impossibilidades de restauração, conquista e realização. No entanto, o Senhor dos impossíveis lá estava, no mesmo lugar onde está agora: esperando que simplesmente creiamos no invisível e, pela fé, vejamos o raiar de um tempo em que nossos sonhos florescerão, colorindo e perfumando a vida.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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