Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam. 1 Coríntios 2:9

Cidade portuária e cosmopolita, Corinto era notável em várias áreas. Era uma das principais rotas de comércio do mundo. Além disso, se destacava nos esportes com seus jogos ístmicos, realizados a cada dois anos. Competidores de todo o mundo eram atraídos por esse torneio, somente superado pelas olimpíadas atenienses. Estando perto de Atenas, capital intelectual do mundo de então, Corinto também transpirava cultura. Seus moradores tinham como diversão ir às praças, a fim de ouvir a exposição de ideias feita por notáveis pensadores e filósofos.

O compromisso de Paulo com a pregação do evangelho o levou àquela cidade. A igreja foi estabelecida, mas por causa de questões morais e relacionais se tornou problemática. A supervalorização da cultura humana também exercia forte influência. Nesse contexto intelectual, que considerava “loucura” a mensagem da cruz (1Co 1:18), o apóstolo não tinha outra mensagem para apresentar como solução, senão esta: “Pois decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2:2).

Então ele se referiu à impossibilidade que o ser humano tem de compreender, por si mesmo, todos os aspectos da história da redenção. Poderão fazê-lo somente aqueles que amam o Autor da história, aos quais Ele Se revela. Tem-se dito que não há limites à mente humana em sua busca pelo conhecimento das realidades terrestres que nos cercam. Entretanto, para conhecer os mistérios da redenção, precisamos mais do que pesquisas ou reflexão profunda. Precisamos da sabedoria do Espírito Santo (v. 10).

Como ponto alto desse conhecimento das realidades do reino da graça, está implícita a referência geralmente feita ao texto sobre o reino da glória e as maravilhas que nele serão descortinadas. Nenhuma imagem que nossos sentidos possam elaborar corresponde ao que nos aguarda. Na descrição que fizeram delas, os escritores bíblicos apenas usaram as palavras limitadas do vocabulário humano, e “a linguagem humana não é adequada para descrever a recompensa dos justos. […] Nenhum espírito finito pode compreender a glória do Paraíso de Deus” (EGWhite, O Grande Conflito, p. 675).

Diante de tudo “o que Deus tem preparado para aqueles que O amam”, nossos sentidos também ainda não podem captar a grandeza do privilégio de termos sido alcançados pela graça e de podermos andar com Jesus.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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