Respondendo-Lhe Pedro, disse: Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter Contigo, por sobre as águas. Mateus 14:28

O que não fazem os seres vivos, mesmos os irracionais, pela própria sobrevivência? Com o passar do tempo, cabras que habitam áreas desérticas no Marrocos tiveram que aprender a subir em grupos na árvore de argan, em busca do fruto para alimentação. Na Itália, cabras selvagens foram vistas tentando subir 50 metros de um paredão em busca de alimento. Como seres humanos, também não nos rendemos à possibilidade de morte. Enquanto houver chance de viver, não a descartaremos.

Em 2003, Fernando Ivan Ostrowski tinha 18 anos e estudava na Rússia. Em certa madrugada de novembro, ele foi acordado pelo som da sirene e pelos gritos que anunciavam um incêndio no residencial da universidade onde morava com colegas estrangeiros. Foi o último a acordar, mas, com muita serenidade e acalmando os demais, ele não hesitou em pular do quinto andar. Tendo a queda amortecida pela neve, mesmo assim sofreu alguns ferimentos. Com essa atitude, escapou da morte, que ceifou 36 estudantes na ocasião.

Acostumado com os desafios da vida de pescador, certa noite, Pedro temeu a fúria da ventania que, durante uma tempestade, ameaçava o barco no qual estava com os demais discípulos. A visão de Jesus andando sobre as águas na direção deles inicialmente os assustou; em seguida, porém, trouxe esperança ao apóstolo. “Senhor, se és Tu, manda-me ir ter Contigo, por sobre as águas!” Esse era um clamor, não apenas um teste. É certo que havia o risco de naufrágio no caminho proposto, mas Pedro sabia que, no fim, Cristo o esperava. Ao convite do Mestre, começou a andar como em terra firme, até que o erro de desviar o olhar para a força do vento por pouco não o destruiu. Sem o olhar da fé posto unicamente no Salvador, morreremos afogados no mar do medo e da dúvida.

Foi em um barco prestes a ser tragado pela tempestade que John Newton se libertou da vida imoral em que havia mergulhado. Na ocasião, clamou a Deus por socorro e foi ouvido. Tempos mais tarde, solicitado a falar sobre sua experiência, debilitado, o autor do hino “Graça excelsa” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, no 208) respondeu: “Minha memória praticamente se foi; mas ainda me lembro de duas coisas: sou um grande pecador, mas Cristo é um grande Salvador” (John Gillespie, Ideas Matter, p. 72). Devemos nos lembrar sempre dessa verdade.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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