Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado gera a morte. Tiago 1:15

Depois de haver dito ser “bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação” (Tg 1:12), o apóstolo Tiago esclarece seus leitores de que tentação e pecado não vêm de Deus. O inimigo é o tentador e tem se ocupado em colocar diante de nós estímulos que nos convidam a pecar. No entanto, é fato que, em última instância, por causa de nossa natureza pecaminosa, somos nós quem decidimos ceder ao pecado. Nossos desejos mal administrados, a cobiça interior, nos levam a esse ponto.

Precisamos nos lembrar de que desejo e cobiça não são a mesma coisa. Existem desejos legítimos que podem e devem ser satisfeitos nos limites dos planos de Deus para a felicidade de Seus filhos. Não há pecado no mero desejo pelo bem, pela alegria, pela comida, pelo dinheiro ganho honestamente ou pelo vestuário. Mas, quando cedemos a isso de maneira imprópria, passando a desejar além da satisfação experimentada, transpomos o limite do legítimo e avançamos para o excesso, o ilegítimo. Isso é cobiça. É o desejo de ter o que não está a nosso alcance. Insatisfeito com o que tem, o cobiçoso deseja o que não tem nem pode ter, violando a lei de Deus, cujo décimo mandamento nos ordena a não cobiçar coisa alguma (Êx 20:17). Agir ao contrário disso é pecar.

Comentando a situação com que nos deparamos diariamente, Ellen White escreveu: “Vivemos em meio a uma epidemia de crime, diante da qual ficam estupefatos os homens pensantes e tementes a Deus em toda parte. A corrupção que predomina está além da descrição humana. Cada dia traz novas revelações de conflitos políticos, de subornos e fraudes. Cada dia traz seu registro de violência e ilegalidade, de indiferença aos sofrimentos do próximo, de brutal e diabólica destruição de vidas humanas” (A Ciência do Bom Viver, p. 142, 143).

Essa situação só pode ser explicada pela cobiça que impulsiona o ser humano sem Deus. Nas entranhas da nossa mente e do nosso coração, ela é a genitora do pecado em todas as suas expressões. O pecado por sua vez é o genitor da morte, em todas as suas formas. Todo ser humano que se entregue ao pecado deve refletir que, por esse caminho, será levado à morte moral, espiritual, temporal e, finalmente, eterna.

Precisamos de graça e sabedoria para que, exercitando corretamente nossa vontade, encontremos satisfação e felicidade plenas em Deus e em Suas provisões para nós. Assim, seremos libertos da cobiça.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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