Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Gênesis 45:4, 5

Elementos da atitude perdoadora de José em relação a seus irmãos podem ser vistos em uma narrativa relatada por Frederico A. Roblee. Ele conta que, há alguns anos, em uma onda de antissemitismo em uma universidade de Nova York, um estudante atacou um colega judeu com tanta violência que imaginou que o tinha matado. Em pânico, o agressor fugiu e, despistando a polícia, viajou para um país distante. Após alguns anos naquele lugar, prosperou e se tornou funcionário de uma empresa de artigos domésticos. Contraiu uma enfermidade séria, e os patrões mandaram chamar um especialista renomado. Qual não foi seu susto ao descobrir que esse especialista era aquele judeu a quem ele havia espancado.

Curvo e coxo como ficou depois da agressão, o judeu disse calmamente ao homem que havia lhe machucado tanto: “Sei que alguns pensamentos podem estar preocupando você. Vou lhe dizer algumas palavras, e colocaremos uma pedra no ocorrido. Passei dois anos num hospital. Isso me deu tempo bastante para refletir. Levou-me a tomar a firme resolução de fazer o bem a todos os que, como o senhor, acham que os judeus não devem ter os direitos e as oportunidades comuns aos demais. […] Minha deformidade tem sido uma força, um incentivo e não um empecilho intransponível. Não tenho ressentimento contra o senhor. Ao contrário, vou lhe oferecer todos os recursos.”

As histórias de José e desse judeu moderno nos ensinam várias coisas: primeiro, a injustiça sofrida não precisa barrar o caminho ao sucesso; segundo, a roda da vida muitas vezes dá uma volta completa, obrigando-nos a olhar de frente nossos pecados. Não se esqueça de que uma das grandes realizações de um homem nobre é sua boa vontade para perdoar seus maiores inimigos.

Norval F. Pease, 24/4/1970, MM 2021, CPB

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