Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Atos 4:31

“A estabilidade e o conforto ainda vão enfraquecer o crescimento da igreja na América do Sul.” Havíamos acabado um seminário para líderes com a equipe da Divisão Sul-Americana, e o professor, convidado de uma universidade adventista norte-americana, fez essa previsão.

Para ele, a estabilidade e o conforto foram grandes inimigos do crescimento da igreja no primeiro mundo. Sua análise foi direta: “Quanto mais confortáveis são as casas, com conexão rápida à internet, aparelhos de ar-condicionado e TV com múltiplas opções, mais exigentes as pessoas se tornam e menos envolvidas em atividades externas. Elas vão se concentrando mais nos próprios interesses, e a igreja deixa de ocupar um papel central.”

Na visão dele, os países do Hemisfério Sul ainda têm muitas dificuldades que afetam seu desenvolvimento, mas que facilitam a pregação do evangelho. O professor deixou, porém, um alerta: “Fiquem atentos, pois a realidade também está mudando rapidamente por aqui.”

Essa conversa me levou a refletir: A prosperidade está acelerando o avanço da igreja ou intensificando nossa acomodação? Seremos vítimas naturais desse processo ou poderemos ser uma exceção?

Para alguns, seria mais seguro se pudéssemos parar no tempo e fugir dessa tendência. No entanto, diante da rapidez das mudanças, só nos resta pedir a Deus sabedoria para modernizar sem mundanizar e manter os princípios sem perder a relevância. Por isso, devemos avaliar permanentemente onde estamos e como deveríamos estar.

Não podemos aceitar a simples tradição ou a boa acomodação. Quando Jesus precisou alcançar o mundo de Seus dias, convocou Seu povo para estudar, dialogar e orar intensamente. Enviou o Espírito Santo para agir poderosamente e, como resultado, “tremeu o lugar onde eles estavam reunidos” (At 4:31). A igreja saiu de seu conforto, foi ao encontro das pessoas, cumpriu a missão de forma poderosa e teve um crescimento explosivo. A fórmula continua sendo a mesma: somente “uma igreja que trabalha é uma igreja viva” (Ellen White, Medicina e Salvação, p. 332).

Erton Köhler, Nossa Esperança, MM 2019, CPB

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