Então, Pedro, voltando-se, viu que também O ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus. João 21:20

A referência a João como “o discípulo a quem Jesus amava” ou “o discípulo amado” aparece quatro vezes no evangelho que leva seu nome (Jo 13:23; 19:26; 20:2; 21:20). Foi dessa maneira que o apóstolo escolheu identificar-se. Por quê? Acaso teria ele alguma indicação de que o Mestre o amava mais do que aos outros discípulos? Sabemos que em Jesus não há favoritismos. Contudo, João era mais propenso a maior proximidade com o Mestre, e isso o levava a sentir mais intensamente Seu amor. Segundo Ellen White, “João, o discípulo amado, mais que todos os seus companheiros, entregou-se à influência daquela maravilhosa existência” (O Desejado de Todas as Nações, p. 250).

A relação de cada discípulo com o Senhor foi resultado da escolha deles. O lugar de João, ao peito de Jesus, estava disponível a todos, assim como está disponível a qualquer pessoa que o desejar ardentemente. Isto devemos ter sempre em mente: Se O desejarmos e buscarmos como o bem infinitamente mais precioso da vida, nós O teremos. Se nada nem mais ninguém sobrepujá-Lo em nossas prioridades, Ele será nosso e nós seremos Dele. A intimidade com Jesus nos transmite a confiança de que Ele tem os melhores pensamentos a nosso respeito (Jr 29:11). Escolher viver perto de Cristo significa estar no ponto em que Ele pode transformar nosso caráter. Foi assim que João deixou de ser o explosivo “filho do trovão” para ser o apóstolo do amor.

O próprio João, que conviveu mais próximo Daquele que é manso e humilde, não era naturalmente manso e submisso. […] Gênio forte, vingança, espírito de crítica – tudo isso havia no discípulo amado. […] Contudo, dia a dia, em contraste com seu temperamento impetuoso, contemplava a ternura e longanimidade de Jesus e aprendia Suas lições de humildade e paciência. Abriu o coração à influência divina e tornou-se não somente ouvinte, mas também praticante das palavras do Mestre” (ibid., p. 295, 296).

Ser um discípulo amado é escolher andar com Deus, em comunhão ininterrupta, compartilhando com Ele os primeiros e os últimos pensamentos do dia, e também aqueles pensamentos que nos surpreendem no meio da noite. Ser um discípulo amado é escolher interagir com Alguém que, embora não possamos ver, sabemos que está a nosso lado. Essa experiência está a seu alcance.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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