Não que eu tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.    Filipenses 3:12

Atualmente, muitos cristãos ficam confusos em relação aos conceitos bíblicos de santificação e perfeição. Alguns argumentam que podemos e devemos alcançar a perfeição nesta vida, pois Deus nunca nos pediria algo que não temos condições de fazer. Outros afirmam que é impossível, pois só Deus e as criaturas não caídas são perfeitos. Uma das contribuições teológicas mais úteis sobre esse assunto foi feita pelo doutor Hans K. LaRondelle (1929-2011).

Hans LaROndelle nasceu em 18/4/1929, na Holanda. Quando tinha 20 anos, leu um exemplar do livro O Grande Conflito, de EGWhite, e aceitou a mensagem adventista. Em sua carreira, tornou-se um dos mais influentes teólogos da denominação.

Em 14/5/1971, ele defendeu sua tese doutoral em Teologia Sistemática pela Universidade Reformada Livra, em Amsterdã. Traduzido em português, o título da tese seria:”Perfeição e Perfeccionismo: Um estudo ético dogmático da perfeição bíblica e do fenômeno do perfeccionismo”. Esse estudo destaca que a verdadeira perfeição bíblica envolve crescimento contínuo à imagem e semelhança de Cristo. Entretanto, é sempre cristocêntrica e nunca egocêntrica. Ela “participa do mesmo modo de ser do reino de Deus; é presente e é futura” (p.327). Conforme EGWhite explicou muito bem, “quanto mais perto você estiver de Jesus, mais cheio de faltas sentirá que é, pois sua visão ficará mais clara” (Caminho a Cristo, p.64).

Toda discussão em torno da verdadeira e falsa santificação e perfeição pode ser resolvida com facilidade na esfera prática ao se refletir na parábola de Jesus sobre o fariseu e o publicano (Lucas 18:9-14). O fariseu estava satisfeito com a própria condição espiritual e julgava os outros, inclusive seus irmãos de fé. O publicano, em contapartida, estava preocupado coma as próprias fraquezas e não expunha os defeitos alheios, como fazia o fariseu. Em outras palavras, a verdadeira santificação gera um sentimento de indignidade pessoal e misericórdia em relação aos outros. A falsa santificação alimenta o orgulho e a crítica aos outros, inclusive à comunidade de crentes.

Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA