Que posso dizer a seu favor? Com que posso compará-la, ó cidade de Jerusalém? Com que posso assemelhá-la, a fim de trazer-lhe consolo, ó virgem, ó cidade de Sião? Sua ferida é tão profunda quanto o oceano; quem pode curá-la? Lamentações 2:13

Em Lamentações 2, o profeta Jeremias se queixa a Deus, lamentando a miséria em que Jerusalém está. Este capítulo é um poema acróstico de mesmo tipo de Lamentações 1.

A ira de Deus pelo pecado (V.1-4):
O Senhor cobriu a cidade de Sião com a nuvem da sua ira! Lançou por terra o esplendor de Israel (o templo), que se elevava para os céus; não se lembrou do estrado dos seus pés (santuário) no dia da sua ira. Sem piedade o Senhor devorou todas as habitações de Jacó; destruiu as fortalezas da filha de Judá. Derrubou ao chão e desonrou o seu reino e os seus líderes. Cortou todo o poder de Israel.
Retirou a sua mão direita diante da aproximação do inimigo. Queimou Jacó como um fogo ardente que consome tudo ao redor. Como um inimigo, preparou o seu arco; como um adversário, a sua mão direita está pronta. Ele massacrou tudo o que era agradável contemplar; derramou sua ira como fogo sobre a tenda da cidade de Sião.
O Senhor derrotou Isrrael (5-11):
O Senhor é como um inimigo; ele tem devorado Israel. Destruiu seus palácios e suas fortalezas. Tem feito multiplicar os prantos e as lamentações da filha de Judá. Ele destroçou seu templo como se fosse um jardim. O Senhor fez esquecidas em Sião suas festas fixas e seus sábados; em seu grande furor rejeitou o rei e o sacerdote. O Senhor rejeitou o seu altar e abandonou o seu santuário. Entregou aos inimigos os muros dos seus palácios, e eles deram gritos na casa do Senhor, como fazíamos nos dias de festa.
O Senhor está decidido a derrubar os muros de Sião. Esticou uma trena e não poupou a sua mão destruidora. As fortificações e os muros caíram diante dEle. Suas portas caíram por terra; suas trancas ele quebrou e destruiu. O seu rei e os seus líderes foram exilados para diferentes nações, e a lei já não existe; seus profetas já não recebem visões do Senhor. Os líderes da cidade de Sião sentam-se no chão em silêncio; despejam pó sobre a cabeça e usam vestes de lamento. As moças de Jerusalém inclinam a cabeça até o chão. Meus olhos estão cansados de chorar, minha alma está atormentada, meu coração se derrama, porque o meu povo está destruído. Crianças e bebês desfalecem e morrem pelas ruas da cidade.
O clamor do povo (v.12-17):
“Eles clamam às suas mães: Estamos com fome e sede.” Ao mesmo tempo em que desmaiam pelas ruas da cidade, como os feridos, e suas vidas se desvanecem nos braços de suas mães. Que posso dizer a seu favor? Com que posso compará-la, ó cidade de Jerusalém? Com que posso assemelhá-la, a fim de trazer-lhe consolo, ó virgem, ó cidade de Sião? Sua ferida é tão profunda quanto o oceano; quem pode curá-la? As visões dos seus profetas eram falsas e inúteis; eles não expuseram o seu pecado para evitar o seu cativeiro. As mensagens que eles lhe deram eram falsas e enganosas.
Todos os que cruzam o seu caminho batem palmas; zombam de Jerusalém e a insultam: “É esta a cidade que era chamada, a perfeição da beleza, a alegria de toda a terra? ” Todos os seus inimigos escancaram a boca contra você; eles zombam, rangem os dentes e dizem: “Nós a devoramos. Este é o dia que esperávamos; pois não é que vivemos até vê-lo chegar? ” O Senhor fez o que planejou; cumpriu a sua palavra, que há muito tinha decretado (o povo foi avisado séculos antes). Derrubou tudo sem piedade, permitiu que o inimigo zombasse de você, exaltou o poder dos seus adversários.
Chorem por Jerusalém (v.18-22):
Chorem em alta voz diante do Senhor, ó muros da bela Sião! Que suas lágrimas corram dia e noite como um rio. Não se permita nenhum descanso nem dê repouso aos seus olhos. Levante-se, grite no meio da noite, quando começam as vigílias noturnas; derrame o seu coração como água na presença do Senhor. Levante para ele as mãos em favor da vida de seus filhos, que desfalecem de fome pelas ruas.
“Olha, Senhor, e considera: Acaso deves tratar teu povo dessa maneira? Devem as mulheres comer os próprios filhos que criaram com tanto carinho? Devem os profetas e os sacerdotes ser assassinados no templo do Senhor? Jovens e velhos rapazes e moças estão sendo jogados nas ruas, mortos pelas espadas do inimigo. Tu os matastes em tua ira, sem piedade. Como se faz convocação para um dia de festa, convocaste terrores por todos os lados. No dia da ira do Senhor, ninguém escapou nem sobreviveu. Os filhos que levei em meus braços e criei  o inimigo destruiu. “

As terríveis cenas descritas foram anunciadas, não sobre as nações pagãs, mas sobre o povo escolhido de Deus, a quem Suas ricas bênçãos foram prometidas sob condição de obediência. O extremo sofrimento de Israel não era a vontade de Deus. Ele prometeu riqueza de bênçãos que a nação receberia se tivesse permanecido fiel a Yahweh.

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