Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. – Mateus 5:5
“Bem-aventurados os mansos”. Mateus 5:5. As dificuldades que temos de enfrentar podem ser muito diminuídas por aquela mansidão que se esconde em Cristo. Se possuirmos a humildade de nosso Mestre, poderemos nos sobrepor aos menosprezos, às repulsas, aos aborrecimentos a que estamos diariamente expostos, e estes deixarão de nos lançar sombra sobre o espírito. A mais elevada prova de nobreza num cristão é o domínio de si mesmo. Aquele que, em face de maus-tratos ou de crueldade, deixa de manter espírito calmo e confiante, rouba a Deus de Seu direito de nele revelar Sua própria perfeição de caráter. Humildade de coração é a força que dá vitória aos seguidores de Cristo; é o penhor de sua ligação com as cortes do alto.
“Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o humilde”. Salmos 138:6. Os que manifestam o manso e humilde espírito de Cristo são ternamente considerados por Deus. Podem ser olhados com desdém pelo mundo, mas são de grande valor aos Seus olhos. Não somente os sábios, os grandes, e caritativos, obterão passaporte para as cortes celestes; não somente o atarefado obreiro, cheio de zelo e atividade. Não; o pobre de espírito, que ambiciona a presença permanente de Cristo, o humilde de coração, cujo mais alto anelo é fazer a vontade de Deus — estes receberão uma entrada abundante. Achar-se-ão entre os que lavaram suas vestiduras e as branquearam no sangue do Cordeiro. “Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra”. Apocalipse 7:15.
O misericordioso encontrará misericórdia, e o puro de coração verá a Deus. Todo pensamento impuro contamina a alma, enfraquece o senso moral, e tende a apagar as impressões do Espírito Santo. Diminui a visão espiritual, de modo que os homens não podem ver a Deus. O Senhor pode perdoar o arrependido pecador, e perdoa; embora perdoada, porém, a alma fica prejudicada. Toda impureza de linguagem ou de pensamento deve ser evitada por aquele que quer possuir clara percepção da verdade espiritual.
As palavras de Cristo, todavia, abrangem mais que a isenção da impureza sensual, mais que a ausência daquela contaminação cerimonial que os judeus tão rigorosamente evitavam. O egoísmo nos impede de ver a Deus. O espírito interesseiro julga a Deus igual a si mesmo. Até que tenhamos renunciado a isso, não podemos compreender Aquele que é amor. Unicamente o coração abnegado, o humilde e fiel de espírito, verá a Deus como “misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade”.
Êx.34:6.
– EGW, DTN, p.301-302