Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos. Salmo 139:23

Tendo discorrido sobre a onisciência de Deus (Sl 139:1-6) e a respeito da Sua onipresença (v. 7-12), o salmista descreveu a maravilha do ilimitado poder divino na formação do ser humano (v. 13-18). E, com razão, admirou-se! Afinal, quem, acima de Deus, ou o que, à parte do Seu poder, poderia nos formar de “modo assombrosamente maravilhoso”? Nas palavras de Richard Swenson, “Deus criou cada um de nós com particularidades extraordinárias. Somos todos variações sobre um mesmo tema, e as combinações são infinitas. Ele inventou os cromossomos e a genética, e decidiu usá-los para dar vazão a toda Sua criatividade, trazendo à existência, Sua obra-prima: o ser humano.

“No núcleo de nossas células, há 23 pares de cromossomos. Se combinássemos todo o material genético encontrado em apenas uma delas, teríamos o que se chama de genoma humano. Nesse, encontram-se todas as informações sobre nossa natureza física, bem como boa parte da ‘programação’ de nossa personalidade e de nossas emoções. Em cada célula, nesse genoma, há 80 mil genes, codificados nas espirais densamente entrelaçadas que constituem o DNA, e contêm três bilhões de pares de aminoácidos. O código do DNA de cada indivíduo é diferente dos demais” (Como Conviver Bem com as Pressões, p. 35).

Entretanto, a conclusão do salmo é surpreendente. De modo repentino, Davi efetua uma transição, voltando-se para o mal e os malfeitores, expressando profunda indignação contra a maldade e pedindo a destruição dos inimigos de Deus. Evidentemente, no coração do cristão, não deve haver lugar para o ódio; mas, em sua humanidade, o salmista projeta nos pecadores a aversão que ele tinha ao mal. Sabia que Deus também odeia o pecado, embora ame incondicionalmente o pecador.

Além disso, Davi também sabia que era pecador à semelhança de todo ser humano. Contudo, desejava viver à altura das expectativas de Seu Senhor. Por isso, pediu que Deus sondasse seu coração e revelasse seus pensamentos mais secretos. Que todos os recantos de seu ser fossem verificados e, neles, identificados todos os indícios pecaminosos, que seriam confessados. E ele seria guiado “pelo caminho eterno”.

Esta é nossa necessidade hoje: Odiar o pecado, amar pecadores e orar por nós mesmos: “Sonda-me, ó Deus, vê meus sentimentos, minhas emoções, meus motivos, pensamentos, desejos e intenções. Feito o diagnóstico completo, põe meu coração a pulsar no ritmo do Teu!”

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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