Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Provérbios 25:11

De acordo com um dito popular, há três coisas que são irrecuperáveis: a flecha atirada, a oportunidade perdida e a palavra falada. Blaise Pascal, filósofo e matemático francês, afirmava que “a maior parte dos problemas do ser humano é decorrente da incapacidade que ele tem de ficar calado”.

De fato, uma verdade incômoda para todos nós é que, muitas vezes, sabemos exatamente o que precisa ser dito em diversas situações, mas não dedicamos tempo suficiente para pensar na maneira como as coisas devem ser ditas. Quando se trata de controvérsias, ou quando há necessidade de falar contra algum pecado ou erro, sabemos o que deve ser dito, mas falhamos na forma como dizemos. Apresentamos a verdade; porém, muitas vezes, desprovida do óleo do amor. Dizemos o que precisa ser dito, mas com tanta arrogância que os ouvintes não conseguem ouvir a mensagem.

Muitos casamentos fracassaram por causa de agressões verbais e palavras precipitadas. Sabe-se que, durante a infância, uma pessoa começará a desenvolver uma personalidade complexada e recalcada ao ser estigmatizada com termos pejorativos. Amigos já foram separados por causa de palavras inoportunas. Conflitos teriam sido pacificados, caso fossem usadas palavras brandas por uma das partes. Transgressores poderiam ter sido recuperados, caso a verdade lhes tivesse sido dita com palavras amorosas que não os afastassem. Não haveria tantas reputações destruídas e caracteres manchados se a palavra maledicente não fosse dita. Há tanta gente que poderia ser curada de suas feridas emocionais e espirituais se tivesse encontrado alguém que lhe dissesse a palavra certa!

Por isso mesmo, o livro de Provérbios é repleto de conselhos a respeito da palavra oportuna: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pv 10:19). “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (15:1). “A morte e a vida estão no poder da língua” (18:21). “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele” (29:20).

Não sem razão, Paulo aconselhou os efésios: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade” (Ef 4:29). Certamente, hoje, encontraremos muitos com essa necessidade. Que o Senhor nos dê língua sábia (Is 50:4) para edificar quem estiver a nosso redor.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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