Estou plenamente certo de que Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Filipenses 1:6

Ele era excelente colaborador. Talentoso, dedicado, diligente, organizado, pontual, confiável para a realização de qualquer tarefa que lhe fosse confiada. Apenas um detalhe fundamental havia contra ele: o temperamento impaciente. Com alguma frequência, palavras e atitudes intempestivas feriam pessoas as quais, registre-se, recebiam constantes pedidos de perdão. Certo dia, ele mesmo procurou o pastor. Conhecedor de si mesmo e cansado de lutar, teve consciência do tamanho do estrago que tinha feito. Havia falado rudemente a uma irmã que, no canto congregacional, simplesmente desafinara perto dele. Em lágrimas, o irmão desabafou: “Não sei mais o que fazer, pastor! Não quero ser assim, sei que tenho magoado muitos irmãos. Luto para não fazer isso, mas, quando percebo, as palavras já saíram!”

Depois de ser aconselhado, orientado e de ter orado com o pastor, ele firmou novos propósitos. Compreendeu a necessidade de andar mais perto de Cristo e ser a Ele submisso, permitindo-se ser moldado por Aquele que já havia começado nele a boa obra de transformação. Entretanto, por experiência própria, sabemos que esse não é um trabalho que se completa num piscar de olhos, mesmo que sejam os olhos do Pai. “A santificação é obra de uma vida toda” (Morris Venden, Como Jesus Tratava as Pessoas, p. 49). E não é por limitação do poder de Deus. Nossas escolhas e vontade obstinada dificultam as coisas.

Por essa causa, aquele homem, você e eu não somos produtos acabados. Cada um de nós conhece seus pontos fracos, e Deus ainda está realizando “obras” em cada um de nós. Está trabalhando em nós e por nós, aparando arestas, eliminando escórias, nivelando as superfícies tortuosas, conformando-nos ao Modelo. A salvação é uma experiência demasiadamente elevada para ser obtida por méritos e esforços humanos. A intervenção divina é necessária do começo ao fim.

Nesse sentido, Paulo tinha no Senhor a fonte de sua confiança no que dizia respeito a ele mesmo e aos convertidos por seu trabalho. Isso é verdade em relação a nós. Para vencer nossas fraquezas, este é o segredo: “Nosso crescimento na graça, nossa alegria, nossa utilidade – tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora, permanecendo Nele, que crescemos na graça. Ele não é somente o Autor, mas também o Consumador de nossa fé. Cristo deve ser o primeiro e o último” (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 69).

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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