O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. Mateus 25:40

Boas intenções são essenciais, mas nem sempre bastam. Em março de 1993, Kevin Cater viajou para o Sudão, onde fotografou um dos retratos mais controversos da história do fotojornalismo. Seu título original, “Menina em dificuldades”, foi mudado posteriormente para “O abutre e a garotinha”. Perto da vila de Ayod, Carter encontrou uma garotinha faminta prostrada no chão para descansar, a caminho do centro de alimentação das Nações Unidas, com um abutre a cercando. Cater esperou minutos até a ave se aproximar o bastante para fazer uma boa imagem. Tirou a foto e algumas outras, espantou o pássaro e depois foi embora.

A fotografia foi vendida para o jornal The New York Times, onde foi publicada pela primeira vez em 26 de março de 1993. Carter ganhou o Prêmio Pulitzer de 1994 por aquela imagem impressionante, mas foi muito criticado por não ter ajudado a menina. Da perspectiva profissional, ele estava correto, em uma época na qual os fotojornalistas eram orientados a não tocar as vítimas da fome por medo de alastrar doenças. Da perspectiva ética, porém, ele não poderia ter permanecido indiferente ao sofrimento daquela criatura tão franzina, mesmo que ela já estivesse recebendo ajuda. Críticas públicas e a própria consciência incomodada desencadearam nele uma depressão profunda. Em 27 de julho de 1995, ele cometeu suicídio aos 33 anos de idade.

Imagine se Cristo lidasse conosco com indiferença! Deveríamos refletir mais na cena de julgamento de Mateus 25:31 a 46. Ali Cristo falou sobre dois grupos e suas reações contrastantes às necessidades humanas. O Rei elogia os que estavam à Sua direita: “Porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era forasteiro, e Me hospedastes; estava nu, e Me vestistes; enfermo, e Me visitastes; preso, e fostes ver-Me.” E disse aos que se encontravam à Sua esquerda: “Porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; sendo forasteiro, não Me hospedastes; estando nu, não Me vestistes; achando-Me enfermo e preso, não fostes ver­-Me.” Nas duas ocasiões, Jesus considerou que aquilo que fazemos aos necessitados é realizado como se fosse para Ele mesmo.

Que estendamos o amor de Deus também àqueles que mais necessitam!                  Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018

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