As suas mãos estão sobre o mal e o fazem diligentemente; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, o grande fala dos maus desejos de sua alma, e, assim, todos eles juntamente urdem a trama. Miqueias 7:3

Em um ano de eleições municipais, a política está novamente no ar. Em si, ela não é má. Teve origem quando a Grécia estava organizada em cidades-estados, chamadas polis, palavra da qual são derivados os termos politiké (“política”) e politikós (“dos cidadãos”, “pertencentes aos cidadãos”). Tinha que ver com a bem ordenada administração das cidades. Depois de tanto tempo, essa ideia, como se vê, está desvirtuada a tal ponto que, anos atrás, um cronista brasileiro chegou a dizer que a política “é a única paixão sem grandeza”. Você pode considerá-lo sarcástico, mas, diante do quadro geral no mundo, só o fanatismo e sectarismo ideológicos permitem alimentar ilusões.

Como cristãos, somos portadores de dupla cidadania – celestial e terrestre. Enquanto exercemos a cidadania terrestre, não podemos ser indiferentes às mazelas do mundo. A diferença marcante na visão dos cidadãos celestiais é o fato de saberem que, humanamente falando, não há solução definitiva para os intrincados problemas políticos mundiais e nacionais. Filosofias e ideologias partidárias são impotentes para oferecer uma solução plena. Isso porque a questão fundamental é o coração humano, intrínseca e continuamente mau, egoísta, orgulhoso, avarento, insensível e faminto de poder.

Por causa dessa condição, mazelas políticas, assim como em todas as demais áreas da vida, nada têm de novidade. Nos dias do Antigo Testamento, a grande mídia de Deus, por intermédio de Seus jornalistas / profetas, já denunciava, como vemos no verso de hoje, o comportamento de reis e sacerdotes (ver também Pv 29:2, por exemplo). Não se limitando a denunciar ações malignas, aqueles mensageiros também anunciavam a devida punição e, melhor ainda, proclamavam esperança, ao apontarem a vinda do Messias.

Considerando que, nesse ponto, a história parece se repetir, precisamos ter em mente que não fomos chamados a ser militantes em favor de nenhum viés político-partidário. Não somos de direita nem de esquerda; somos do Alto. Somos correligionários de Jesus Cristo. É por Ele que devemos lutar, militando pela implantação de Seu reino de graça em cada coração, na certeza de que, tornando-se adeptos Dele, todos indistintamente podem ser súditos de Seu reino de glória a ser estabelecido em breve. Nossa bandeira é a do amor de Cristo e tem a insígnia de Sua cruz.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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