Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Isaías 42:3, NVI

Talvez você conheça ou tenha ouvido falar de pessoas que hoje são bem-sucedidas, depois de terem sentido o sabor amargo de uma derrota. Provavelmente tenham cometido erros, mas disso ninguém se lembra. É possível também que você conheça indivíduos fracassados, que jamais conseguiram se desvencilhar dos erros que, de maneira impiedosa, outras pessoas insistem em lembrar. Essa é a diferença básica entre um grupo e outro. Uns foram agraciados com perdão, nova chance, palavras de incentivo e mão estendida. A outros tudo isso foi negado, por alguma razão. Um grupo era composto de caniços rachados que foram refeitos; pavios fumegantes que receberam o sopro que os fez brilhar novamente, e até mesmo com maior intensidade. Outro grupo de caniços rachados e pavios fumegantes foi pisoteado, descartado e jogado fora.

A simbologia empregada por Isaías traz ânimo e esperança aos fracassados, feridos e carentes de uma nova chance. Caniços quebrados não configuram o material do qual plantadores de cana poderiam esperar alguma vantagem financeira, mas Deus não os descarta. Seu poder restaurador supera o da destruição. Pavios fumegantes trazem à nossa mente forças que se esgotam, vidas que uma vez transmitiram o brilho da fé, da esperança, dos sonhos mais agradáveis, mas que em algum momento começaram a se apagar. Poderiam ter recebido um sopro de renascimento, mas não o receberam.

Apesar de tudo, existe esperança para quem quer que esteja nessas situações. Nas palavras do profeta, Jesus, o Servo messiânico, viria não para esmagar o “caniço quebrado” nem apagar o “pavio fumegante”. Durante Seu ministério, foi essa a maneira pela qual Ele agiu com todas as pessoas. Ao contrário da acusação dos hipócritas, o Mestre procurou reerguer os pecadores curvados sob o peso da culpa por haverem ofendido a Deus. Nenhuma palavra de condenação foi dita à mulher surpreendida em adultério, ao publicano Mateus, ao explorador Zaqueu e a tantos outros, tidos como indignos das bênçãos divinas. De todas as “acusações” com que tentavam desacreditá-Lo como enviado de Deus, a uma Ele fez jus: “Este recebe pecadores e come com eles” (Lc 15:2). Nem podia ser diferente. Ele não esmagaria jamais!

Acaso, no seu íntimo, você se sente um caniço quebrado ou um pavio fumegante? O milagre e o combustível da graça podem mudar sua história.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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