[Jesus] é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles. Hebreus 7:25

No mesmo dia, recebi duas consultas de pessoas de diferentes cidades sobre o mesmo assunto. “No fim dos tempos, viveremos sem intercessor?”, queriam saber. Logo descobri que as perguntas haviam sido motivadas por um artigo em que o autor, com base em Hebreus 7:25, o verso de hoje, defendia a continuidade do papel de Cristo como intercessor até o fim. “Você e eu nunca ficaremos sem um intercessor”, ele garantia.

De fato, esse verso dá a impressão de que nunca ficaremos sem intercessor. Porém, o advérbio “sempre” (pantote) pode não ter o sentido absoluto de duração e continuidade. Às vezes, o termo “sempre” é apenas uma maneira de dar ênfase a um longo tempo ou à frequência, ocorrência, continuidade ou disponibilidade de uma ação. No verso mencionado, a ênfase está na disponibilidade da intercessão, e não na duração dela.

Ellen White afirma que, após o fechamento da porta da graça, cessará a intercessão de Cristo no santuário celestial: “Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em favor dos culpados habitantes da Terra. […] Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial” (Eventos Finais, p. 156). A ques­tão é: será que a intercessão cessará apenas para os ímpios ou também para os santos? A mesma autora esclarece: “Naquele tempo terrível [depois de finalizada a mediação de Jesus], os justos deverão viver à vista de um Deus santo, sem intercessor” (p. 263). Além disso, Apocalipse 22:11 indica que o destino de ímpios e justos estará selado.

Todavia, isso não quer dizer que o povo de Deus terá que viver sozinho, sem ajuda, ancorado em seu próprio poder ou perfeição, ou que não enfrentará gran­des dificuldades, perseguições e tensões espirituais. Com o fim da intercessão de Jesus, o Espírito será retirado do mundo, e os ímpios se tornarão mais ousados em sua rebelião e em seu pecado. Mais do que nunca, o povo de Deus precisará de ajuda, e poderá contar com Cristo e o Espírito Santo. O Espírito Santo será reti­rado dos ímpios, mas não dos santos.

Jesus encerrará seu ministério intercessor no Céu, mas não deixará de agir na Terra. Ele continuará lutando por seu povo fiel. O fim de sua atividade intercessora não significa o fim de sua atuação protetora, livradora e julgadora. O fecha­mento da porta da graça não separa Cristo dos santos, embora eles possam ter essa sensação. Esse sentimento ocorre não porque estejam pecando, tenham pecados ocultos ou temam pecar, mas porque temem não ter confessado todos os peca­dos. Assim, conte sempre com Jesus.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Boa resposta irmão!
    Faço das palavras da serva do Senhor as minhas palavras “Sei que o que digo me colocará em conflito. Esse não é o meu desejo; pois o conflito parece ser incessante até o fim dos tempos; mas não posso viver covardemente nem morrer covardemente, deixando meu trabalho incompleto. Devo seguir os passos do meu Mestre.” Revista Ministério Março Abril de 2012 p. 7 https://www.youtube.com/channel/UC5SkPunb0M8gnGxbMw7dv-Q?view_as=subscriber

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