Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias Se assentou; […] assentou-se o tribunal, e se abriram os livros. Daniel 7:9, 10

Embora a história registre muitos julgamentos famosos que foram questionados, parece que poucas vezes as pessoas estiveram tão impacientes quanto à prática de justiça como nos dias atuais. O aumento da violência junto à repetida exposição de personagens de destaque envolvidos em crimes geram nos observadores a expectativa de investigação, julgamento e sentença justos. Nem sempre essa expectativa tem sido satisfeita, graças aos atalhos judiciários que favorecem a impunidade. No entanto, é certo que haverá um julgamento do qual ninguém escapará (2Co 5:10).

Esse é um julgamento universal, que a interpretação adventista das profecias bíblicas divide em quatro fases: Juízo investigativo pré-advento, de 1844 à segunda vinda de Cristo (Dn 7); juízo executivo, na segunda vinda de Cristo (Mt 25); juízo comprobatório, durante o milênio (Ap 20:4-6); e juízo executivo, após o milênio (Ap 20:11-15). Gerhard Pfandl aponta o objetivo de cada uma das fases: “No juízo pré-advento, Deus mostra porque os justos são salvos. No primeiro juízo executivo, os justos mortos e os santos vivos são salvos. No juízo durante o milênio, Deus mostra porque os ímpios estão perdidos. No segundo juízo executivo, Satanás e os ímpios são destruídos” (Ministério, nov/dez, 2014, p. 23).

Houve tempo em que o conceito de juízo pré-advento não era exclusividade dos adventistas. No século 19, teólogos de outras confissões religiosas o aceitavam, embora hoje o rejeitem. A validade dele, porém, é óbvia sob o ponto de vista jurídico, ao considerarmos que a promulgação de sentenças acontece depois de um processo investigativo anterior. Também há fundamento bíblico para ele em vários relatos (Gn 3:9-13, 14-19; 4:9, 10; 18, 19; 1Pe 2:6; Jd 7).

A maravilha a ser lembrada é que nenhum filho de Deus precisa temer o juízo em andamento. Ele é o instrumento usado pelo Senhor para fazer justiça “aos santos do Altíssimo” (Dn 7:22), que contam com a defesa do Supremo Intercessor (1Jo 2:1). Assim, o tribunal divino se torna o centro de nossa esperança. A morte de Cristo na cruz e Sua presente intercessão credenciam para a liberdade quem O aceita como Salvador. Afinal, “é somente a vida do Senhor Jesus – a Sua atividade, vestida de você e exibida através de você que, em última análise, merece a aprovação de Deus” (W. Ian Thomas, Salvos Pela Vida de Cristo, p. 27).

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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