Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. Hebreus 10:23
Jürgen era um jovem de 17 anos, em 1943, quando um bombardeio lançado pela força aérea real britânica sobre sua cidade natal, Hamburgo, quase o matou. Ele sobreviveu por um milagre. Seu amigo Gerhard Schopper, que estava a seu lado, morreu na mesma hora. Vindo de uma família secular, tendo por herói Albert Einstein, o jovem Jürgen, pela primeira vez em sua vida, clamou a Deus.
Pouco depois, ele foi recrutado pelo exército alemão. A carreira de combatente durou pouco. Em 1945, foi feito prisioneiro de guerra pelos soldados ingleses. Nessa condição, teve muito tempo para refletir sobre a vida e os acontecimentos. Perdeu toda a esperança na cultura alemã. Mas, ao ler a Bíblia, descobriu o Deus da esperança, que está presente mesmo atrás do arame farpado. “Eu não encontrei Cristo; ele me encontrou”, Jürgen diria mais tarde. De volta à Alemanha, em 1948, em vez de estudar matemática, foi estudar teologia.
Seu primeiro livro importante, lançado em 1964, a obra que contribuiu para seu ingresso no panteão dos grandes teólogos do século 20, tinha um título que expressava sua confiança no futuro construído por Deus: Teologia da Esperança. A partir daí, o nome de Jürgen Moltmann sempre esteve associado à redescoberta da esperança como elemento importante da escatologia. Afinal, um Deus sem futuro leva a um futuro sem Deus e, portanto, a nenhum futuro.
Esperança! O que essa palavra significa para você? Mais que um conceito abstrato, esperança é expectativa positiva, apesar da realidade negativa. Ter esperança significa ampliar os horizontes e ver além das circunstâncias presentes. É acreditar que o fracasso humano não é a palavra final.
No Novo Testamento, a palavra esperança (elpis) tem um grande destaque. Para os autores bíblicos, esperança não significa mero desejo imaginário, mas certeza inabalável. A base para a esperança é o próprio Criador. O futuro não é brilhante por causa da capacidade do homem, mas do poder de Deus. Se você crê nesse poder transcendente, pode esperar coisas boas.
Esperar e crer são verbos com o mesmo DNA teológico. A esperança, assim como a fé, possibilita que você veja o invisível. Quem confia em Jesus, a personificação da esperança, não precisa ter expectativa do mal (medo); pode ter expectativa do bem (esperança). A esperança pode ajudá-lo a encarar as circunstâncias adversas com dignidade e a ver a vida com mais otimismo. Ela sempre nos convida a crer em um futuro melhor.