COMO PARAR COM ELE

Vício é vício e causa danos à saúde, mesmo quando relacionado ao uso da expressão “vício é bom”. A palavra vício significa falha ou defeito, e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma doença física e psicoemocional. Costumeiramente, os vícios são associados à bebida e às drogas, mas compulsão por exercício físico, comida ou sexo também são prejudiciais.

Algumas pessoas trocam um vício por outro. Essa ação é conhecida na psiquiatria como dependência substitutiva. Um exemplo dessa troca é um ex-fumante que começa a comer em excesso. Isso ocorre por causa do processo de a abstinência e pela necessidade de busca dos mesmos efeitos no organismo que o primeiro vício gerava.

Psiquiatras relatam casos de pacientes que largaram o vício do álcool, mas se tornaram compulsivos sexuais ou jogadores patológicos. O problema afeta de forma grave tanto o dependente, quanto os que convivem com ele.

ESTUDOS E PUBLICAÇÕES:

A revista Clinical Psychology Rewiew publicou um artigo da Universidade Ryerson, no Canadá, sobre a substituição de dependência. Foram compilados os resultados de 96 trabalhos e os números revelaram que menos de 20% dos pesquisados apresentavam evidências de substituição de vício. Já 53% dos estudos revelaram o oposto. Apontaram que a redução no consumo de uma substância de abuso reduzia o consumo de outras similares, ou ainda hábitos, que poderiam ser compreendidos como nocivos. Por esse motivo, chegou-se à conclusão de que a susceptibilidade cruzada no abuso de substâncias pode ocorrer, mas provavelmente é mais exceção que a regra. O artigo demonstrou ainda que a substituição do vício durante a recuperação do uso de substâncias ou vícios comportamentais tem maior incidência em pessoas mais jovens e do sexo masculino.

DOMÍNIO PRÓPRIO:

Todo excesso praticado em qualquer área da vida custa caro para a saúde. Estima-se que 1/3 dos brasileiros adultos lute com algum tipo de compulsão, seja vício em drogas, bebidas alcoólicas, alimentação descontrolada, trabalho excessivo, e tudo aquilo que é feito sem que seja possível controlar. O desequilíbrio nos faz perder a felicidade e um estilo de vida saudável. Portanto, é fundamental encontrar equilíbrio para manter o bem-estar físico, mental e espiritual.

O QUE FAZER?

  • O primeiro passo é admitir o problema;
  • Encontre grupos de apoio; muitos deles são gratuitos;
  • Calcule o valor gasto com o vício e perceba o investimento que poderia ser feito em coisas que valem a pena;
  • Lembre-se de que você é a única pessoa que pode fazê-lo largar o vício;
  • Escreva os efeitos ruins causados pelo vício;
  • Reflita como o vício afeta sua saúde física, mental e o relacionamento interpessoal;
  • Pense no quanto sua vida vai melhorar sem o hábito ruim e liste coisas positivas que deseja realizar;
  • Fuja dos gatilhos que o levam à dependência.

Revista Vida e Saúde, out/22, p.5, Charlise Alves, Jornalista

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