Porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas. As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo. Cântico dos Cânticos 8:6, 7

amor é um extraordinário poder atraente e transformador, fácil de ser alimentado e difícil de conter. Os seres humanos expressam amor de diversas formas, inclusive algumas muito estranhas. Quando correspondido, o amor se torna quase ilimitado; quando traído, pode facilmente se transformar em ódio. Em geral, após uma traição, acabamos odiando a pessoa na mesma intensidade com a qual costumávamos amá-la.

A peça Romeu e Julieta (1597), de William Shakespeare, provavelmente, seja a história de amor mais célebre de todos os tempos. O jovem casal chegou a se transformar em um símbolo do amor em si. A narrativa é baseada no casamento de Romeu Montecchio com Julieta Capuleto, na igreja de Minorites, Itália. Apesar de algumas discordâncias, a maioria das fontes identifica o dia 11 de março de 1302 como a data da cerimônia. Não é possível saber ao certo por que Shakespeare deu um fim tão trágico à peça, na qual ambos tiram a própria vida pretendendo permanecer juntos pelo menos após a morte. De todo modo, a obra transmite a mensagem de que, até mesmo diante da pior situação que um casal possa enfrentar, o verdadeiro amor sempre vence.

Ao longo da peça, várias declarações nos fazem refletir. Por exemplo, um apelo à empatia é encontrado nas palavras de Romeu: “Zomba da dor quem nunca foi ferido.” A tendência em superestimar a beleza efêmera em detrimento ao amor genuíno é expressa pelo Frei: “O amor do jovem mora não no peito, mas no que vê na hora.” O hábito desgastante de falar demais é mencionado com ironia na referência de Romeu ao cavalheiro “que gosta de ouvir a própria voz”.

Uma das mais belas expressões da peça inteira vem de Julieta: “Minha afeição é como um mar sem fim, meu amor tão profundo. Quanto mais eu dou, mais tenho, pois são ambos infinitos.” Essa bela citação exprime a essência do verdadeiro amor altruísta: quanto mais damos amor, mais temos amor! O amor verdadeiro é um dom divino que cultivamos a fim de refletir naqueles ao nosso redor. O amor sempre toma a iniciativa. Assim como Deus tomou a iniciativa de nos amar enquanto ainda éramos seus inimigos (Rm 5:8), devemos tomar a iniciativa de amar aqueles ao nosso redor (Mt 5:43-48).                              Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018

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