Meditarei nos teus preceitos e as tuas veredas terei respeito. Salmo 119:15
Já é bem tarde em Buenos Aires, ou talvez bem cedo. Uma da manhã, é noite ou dia? O colega que foi me esperar no aeroporto tomou o caminho errado e por força das circunstâncias estamos no centro da cidade procurando o Hotel República, que fica em frente ao obelisco. Buenos Aires é uma cidade que não dorme. A esta hora tem gente no centro como se fosse dia. Restaurantes abertos, gente passeando, namorando ou bebendo na roda de amigos.
Pergunto-me, o que as pessoas procuram? O que buscam a esta hora? O que as motiva a estarem acordadas? Se não fosse pelo atraso do meu vôo eu já estaria dormindo. O que faz uma pessoa estar andando na rua a uma hora como esta?
Difícil saber. Havia noites que o salmista também permanecia acordado contemplando a beleza da lua e das estrelas. Em noites como essas, ele dizia: “Meditarei nos teus preceitos.” Os preceitos de Deus eram seu guia. Mostravam-lhe o caminho da vitória.
O autor do Salmo cento e dezenove tinha aprendido o segredo de uma vida feliz. Os conselhos divinos eram a tocha que iluminavam a sua senda em meio a escuridão que precisava atravessar. A vida é linda, mas em cada esquina há sombras que amedrontam. Você estará perdido sem uma tocha.
Na segunda estrofe deste salmo que vai dos versos nove ao dezesseis, ele expressa seu amor e seu respeito pela palavra de Deus. Esta estrofe leva o nome Beth. Beth, além de ser a segunda letra do alfabeto hebraico, é também a raiz da palavra casa. “Em meu coração guardei a tua palavra” diz o verso onze. O coração do salmista era uma casa onde habitavam seguros os conselhos divinos. Na realidade eram que asseguravam a felicidade do salmista.
Como é difícil aprender a depender de Deus. Não é fragilidade. É humildade. Quantas vezes a pessoa tem que chorar, e fracassar para entender que sem os conselhos divinos qualquer tentativa humana é oca e sem sentido.
Não saia de casa hoje sem ter certeza que vai andar nos caminhos de Deus. No silêncio do seu coração fale ao Senhor. “Meditarei nos teus preceitos e as tuas veredas terei respeitado.” – Alejandro Bullón, Janelas para a vida, MM 2007
