No início da manhã de segunda-feira, 26 de setembro de 1983, em uma pequena cidade próximo a Moscou, o sistema computadorizado de advertência da União Soviética identificou a chegada de um míssil, depois um segundo, terceiro, quarto e quinto, todos eles lançados nos Estados Unidos. O protocolo militar soviético era retaliar essas ameaças com um ataque nuclear. O oficial Stanislav Petrov estava de plantão. Ele era responsável por registrar aparentes lançamentos de mísseis inimigos. O nível de confiabilidade do alerta era o “mais elevado” e a opção de comando era “lançar”. Mas, em vez de relatar a informação a seus superiores, ele a desconsiderou, tratando-a como alarme falso. Muitos anos depois, declarou: “Eu tinha todos os dados. Se tivesse enviado o relatório para cima da cadeia de comando, ninguém diria uma palavra contra.” E certamente uma guerra nuclear teria tomado conta do mundo.
Investigações posteriores constataram que os alarmes falsos foram causados por um alinhamento raro da luz solar em nuvens de grande altitude e as órbitas dos satélites Molniya, erro corrigido posteriormente. Petrov considerou que os alertas eram falsos porque tinha a certeza de que qualquer primeiro ataque dos Estados Unidos seria em massa, não o lançamento de somente cinco mísseis. Além disso, os alarmes vieram somente do sistema de detecção recém-instalado, sem qualquer ratificação do sistema de radar de solo. Consequências muito abrangentes estavam envolvidas, e Petrov poderia simplesmente ter cumprido seu dever e passado a informação adiante. No entanto, ele colocou a responsabilidade sobre os próprios ombros e tomou a decisão certa em um momento extremamente crucial em que o futuro da humanidade estava em risco!
Uma decisão infinitamente maior foi tomada por Jesus Cristo no jardim do Getsêmani. Ele chegou a confessar para três de Seus discípulos: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt 26:38). Então, enquanto estava sozinho, orou: “Meu Pai, se possível, passe de Mim este cálice! Todavia, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres” (Mt 26:39, 42, 44). Naquela crise terrível, tudo estava em jogo e “o misterioso cálice tremia nas mãos do Sofredor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 693). Graças a Deus, porém, Jesus seguiu em frente até a cruz a fim de pagar o preço de nossa salvação! – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB