Estava relendo o livro O ATO CONJUGAL DEPOIS DOS 40, e achei interessante este artigo que foi inserido no livro pelos autores, de autoria do comediante Andy Fletcher, que na época estava vivendo essa fase:

“Você vai até pensar que estou de gozação. Mas aqui estou em com meus novos óculos bifocais, tentando ler o jornal de domingo, encurvadinho como aqueles que trabalham nas plantações de arroz de manhã até à noite. Apesar de tudo, porém, estou feliz da vida. É que agora voltei a enxergar.

“Só tenho problema atualmente quando dirijo. O painel do carro fica na direção da parte inferior da lente. Parece que estou dentro de uma piscina e a linha da água passa exatamente no meio dos olhos. Então não sei a que velocidade estou indo nem como está a gasolina. Para verificar o velocímetro, tenho que abaixar bem a cabeça e aí coro o risco de atropelar alguma vaca. É que o mundo lá fora não está no enquadramento dos óculos, e lá vou eu pasto adentro.

“É por isso que nós, os ‘velhotes esquisitos’ – estou com 46 anos – dirigimos devagar. Agora, de repente, a vida ficou bem mais clara para mim. Bom, quero dizer, está mais clara nos momentos em que metade do mundo visível não está ‘debaixo d’água’. Além disso, a gente tem de estar sempre procurando banheiros. Todo mundo diz que quando ficamos mais velhos, o tempo passa mais depressa. Pois é; para mim, o tempo entre uma e outra ida ao banheiro está cada vez mais curto. Algumas vezes, tenho de fazer uma ‘parada nos boxes’ quando entro numa cidade, e outra quando já estou saindo dela. E olhe que não estou falando de cidades grandes, não. E o tempo não é o único que passa depressa, não, se é que entende o que quero dizer.

“No ano passado, além de comprar os óculos bifocais, fiz meu primeiro tratamento de canal e a primeira coroa. Também fiz a primeira biópsia de pele, no couro cabeludo. Arranjei um joanete; torci o tornozelo num jogo de futebol. E não estava jogando, não. Estava atuando como ‘bandeirinha’. Pisei num buraco que havia na beirada do campo. Quando contei para o técnico, ele me olhou com o ar de quem mira um ‘velhote esquisito’.

“Antigamente, as crianças acordavam a gente de noite chorando, precisando de uma troca de fraldas. Hoje eles tem a gentileza de nos acordar, quando chegam da rua. Nós já estávamos dormindo havia algumas hora.

“E a questão do sexo. Bom, eu á sei tudo sobre o assunto, pois estou casado há vinte anos com a Kam. Nosso casamento é maravilhoso, mas temos relações sexuais no mesmo número de vezes que os filhos se oferecem para ir ao posto de gasolina abastecer o carro. Nossa preparação é apenas uma pergunta: ‘Quer?’ Na última vez que rizemos, ela disse: “Quando você terminar, me acorda, tá?”

“Depois leio a coluna “Estilo de Vida’, onde alguém fala sobre homens que estão passando pela menopausa masculina. Então pergunto à minha esposa:

  • Kan, será que estou na menopausa masculina?
  • Talvez esteja, replica ela. Você está com uma calvície enorme.
  • Muito obrigado! digo. Eu estava mesmo precisando ouvir isso!
  • De nada! Sabe o que mais? Esse negócio de menopausa masculina é coisa da sua cabeça. Não é isso que você fala da minha TPM?
  • Ai! Essa doeu! Solto um resmungo e volta para o jornal. O resto da minha vida vai ser muito comprido!

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA