Se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. 1 João 3:20

Embora a cultura atual minimize o conceito de pecado e seus efeitos, ele continua danoso como sempre foi. O sentimento de culpa causado por ele é um dos conflitos emocionais mais difíceis de serem superados. Problemas de relacionamento, tendências acusatórias, isolamento e depressão são algumas de suas consequências. Corpo definhando e ossos esmagados (Sl 31:9; 51:8) são expressões figuradas, utilizadas por Davi, que parecem demonstrar “um reconhecimento mínimo da inter-relação entre a mente e o corpo. Essa percepção incipiente se desenvolveu na ênfase contemporânea no aspecto psicossomático para o diagnóstico e tratamento de doenças físicas bem como psíquicas” (Comentário Bíblico Adventista, v. 3, p. 793).

Para muitas pessoas, a lembrança das faltas e dos pecados cometidos é um fardo que penosamente carregam ao longo da vida, como se estivessem obrigadas a viver sob um céu carregado de nuvens escuras e densas, sem que pudessem vislumbrar um raio de sol. Felizmente, a Palavra de Deus contém muitos exemplos de pessoas cuja vida foi iluminada e aquecida pelo brilho do perdão divino, solução disponível para todos em todo tempo.

Na opinião de diferentes intérpretes, o verso de hoje dá a entender que nosso coração pode nos condenar com razão, o que é confirmado pela onisciência divina, que escancara nossa hipocrisia. Contudo, há outros que enfatizam a graça de Deus em nosso favor. Ainda que nosso coração nos acuse ou condene por causa dos males cometidos, uma vez que nos arrependamos, podemos confiantemente permanecer na presença de Deus, que é maior que nosso coração, sabe tudo a nosso respeito, nos ama, perdoa e aceita. Ele sabe que somos pecadores e vê o pecado em nosso coração. Não o trata com indulgência e, a menos que a ele renunciemos, só nos restará a condenação. Entretanto, Ele também sabe que nosso pecado confessado e abandonado foi apagado pelo sangue de Cristo.

Ter consciência do pecado, tentar escondê-lo empurrando-o para o inconsciente é garantia de sofrimento. Confessá-lo e abandoná-lo é garantia de misericórdia e paz (Pv 28:13). Aquele que é maior do que o pecado, maior do que nosso coração ou nossa consciência, não nos rejeitará. Aquele cuja misericórdia e graça sobrepujam nossos temores, dúvidas e sentimentos de indignidade em Sua presença nos vê por intermédio de Cristo. Nele escondidos, pela fé, encontramos plena certeza e a paz de espírito que almejamos.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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