No último dia, o grande dia da festa, levantou-Se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. João 7:37

Escrevo esse texto um dia depois de ter assistido a uma reportagem sobre a crônica falta de água na região Nordeste. Animais agonizando, carcaças espalhadas nos pastos ressequidos, leitos de rios secos, barragens vazias, pessoas tendo que pagar caro pelo “precioso líquido”. No âmbito mundial, as previsões sobre disponibilidade da água no futuro não são animadoras. A escassez já afeta, de acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 1 bilhão de pessoas. Desperdício e alterações climáticas resultantes das agressões humanas à natureza agravam o problema.

Entretanto, há uma fonte inesgotável que transcende os limites materiais. Jesus Se identificou como sendo essa fonte. A declaração foi feita durante a Festa dos Tabernáculos, evento no qual era realizado o ritual de libação da água. Nesse ritual, um sacerdote à frente de uma procissão se dirigia ao tanque de Siloé, onde um cântaro de ouro era enchido com água. Então seguia até o templo, em cujo altar despejava o cântaro. O cortejo era realizado ao som do cântico do Hallel (Sl 113–118). A cerimônia era repetida durante sete dias e lembrava a provisão de águas que brotaram da rocha ferida por Moisés, para saciar a sede dos israelitas no deserto.

Passados sete dias, tudo era repetitivo, e o povo se mostrava cansado. O coração sedento desejava algo mais do que cerimonialismo vistoso. Então Jesus, que conhece os mais profundos anseios da alma, Se apresentou como a água que satisfaz a sede espiritual, assim como havia Se oferecido à mulher samaritana (Jo 4:13, 14).

O que a água é para o físico, Cristo é para a vida espiritual. Ele, por meio da atuação do Espírito Santo (v. 39), produz limpeza, saciedade, refrigério e crescimento espirituais. Se buscamos satisfação para nossa sede espiritual, é a Ele que devemos ir. Somente Jesus a satisfará, proporcionando alívio à mente cansada, descanso ao coração fatigado e esperança para a vida sem perspectivas.

Não precisamos beber das cisternas contaminadas que o mundo oferece. Muito menos precisamos beber da água oferecida em forma de rituais, exigências e práticas legalistas. Devemos ir hoje mesmo à fonte que jamais se esgota e satisfazer nosso ser. “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba.” “Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14).

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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