Perambularam pelo deserto e por terras áridas sem encontrar cidade habitada. Salmo 107:4

Se você já teve a sensação de estar andando em círculos, é provável que estivesse mesmo. Um estudo feito pelo Instituto Max Planck, da Alemanha, comprovou que as pessoas perdidas andam em círculos. O experimento, liderado pelo psicó­logo Jan Souman, começou quando um programa de ciência popular procurou sua equipe com a pergunta: “Por que as pessoas que estão perdidas andam em círculos?”

No início, ele duvidou que isso realmente ocorresse. Para comprovar, instruiu um grupo de indivíduos a caminhar o mais reto possível durante horas. Alguns caminharam numa região de floresta na Alemanha; outros, no deserto do Saara, no norte da África. Todos foram monitorados por receptores de GPS. Resultado: por mais que os caminhantes tentassem andar em linha reta, terminavam andando em círculos, sem perceber que estavam cruzando as próprias rotas.

Há quem tente explicar o fenômeno dizendo que uma pequena diferença no comprimento das pernas faz a pessoa andar em círculos. Porém, os pesquisado­res não acreditam nessa hipótese. Afinal, os participantes do estudo nem sem­pre andavam apenas para um lado. Além disso, os pesquisadores perceberam que aqueles que podiam ver o Sol ou a Lua conseguiam caminhar em linha bem reta.

A chave está no referencial. Parece que o próprio cérebro fica confuso quando não tem um ponto de referência. Estudos anteriores já haviam comprovado que abelhas, pombos e outros animais fazem rotas circulares quando não conseguem se orientar pela posição do Sol. Além disso, em sua maioria, os montanhistas mortos durante escaladas são encontrados num raio de 1,5 quilômetros do ponto em que se perderam, e às vezes a 100 metros do local. Portanto, diz Souman, caminhar em círculos “provavelmente seja o resultado de uma incerteza cerebral crescente sobre onde está a direção reta”.

Na vida espiritual também podemos andar em círculos. Isso ocorre quando per­demos de vista nosso referencial. Após o êxodo, o povo de Israel ficou andando em círculos no deserto porque não seguiu o referencial divino, representado pelo pilar de nuvem e fogo. Hoje, quando desviamos o olhar de Deus, perdemos o rumo e giramos ao redor de nós mesmos.

Se você for para a floresta e o deserto, é melhor levar uma bússola ou um GPS. E, se estiver andando pelas florestas e desertos da vida, é melhor ter um ponto de referência existencial. Fixando os olhos em Deus, você não caminhará em círculos nem ficará perdido. Se você não quiser ficar dando voltas ao redor de si mesmo, olhe para um referencial no céu. – Marcos De Benedicto. MM 2016, p.37

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