Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol. – Eclesiastes 2:15

Em Eclesiastes 2, Salomão fala sobre a vaidade do comportamento humano em atividades prazerosas, também sobre o pensamento do sábio que é melhor que o do tolo, e que ambos passam pelo mesmo acontecimento – a morte, a vaidade do trabalho humano, que será  deixado para desconhecidos, e não há nada melhor que a alegria em nosso labor; este e um dom de Deus.

A inutilidade dos prazeres (v.1-11):

  • Disse em meu coração: Venha, vamos experimentar o prazer, vamos aproveitar a vida! Vamos nos divertir; mas eis que também isso era vaidade, isso produz um vazio muito grande. Ao riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta? Nada disso vale a pena. Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida. Estava desesperado para descobrir se alguma coisa vale a pena nesta vida;
  • Fiz para mim obras magníficas; construí casas; plantei vinhas, projetei hortas e jardins, e plantei neles árvores de toda a espécie de fruto. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias que conquistei; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie;
  • E fui engrandecido, como prosperei, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria, nunca abri mão dela. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho, foi a minha recompensa depois de um dia de trabalho sofrido. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. Meu coração continuava vazio, nada vale a pena nesta vida.

O sábio e o tolo (v.12-17):

  • Então resolvi comparar a sabedoria, com a loucura e a insensatez. Pois quem poderá fazê-lo melhor que eu, o rei?  Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas. Os olhos do homem sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; então também entendi eu que o mesmo lhes sucede a ambos. Há um só destino para todos;
  • Assim eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria? Então disse no meu coração que também isto era vaidade. Porque nem o sábio nem o tolo serão lembrados por muito tempo; ambos morrerão, e logo serão esquecidos. Por isso odiei esta vida, pois tudo que é feito debaixo do sol é frustrante. Nada faz sentido; é como correr atrás do vento.

A inutilidade do trabalho (v.18-26):

  • Também odiei todo o trabalho que realizei debaixo do sol, visto que eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim. E quem sabe se será sábio ou tolo? Todavia terão controle sobre rudo que consegui debaixo do sol, com minha habilidade e meu esforço. Assim, cheguei a me desesperar e questionei o valor de todo o meu árduo trabalho debaixo do sol; também isto é vaidade;
  • Então eu me volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante ao trabalho, o qual realizei debaixo do sol. Pensei em desistir de tudo. Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, conhecimento, e destreza; contudo deixará o seu trabalho como porção de quem nele não trabalhou; também isto é vaidade e grande mal. Porque, que mais tem o homem de todo o seu trabalho, e da aflição do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é aflição; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade (v.20-23);
  • Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus, é o destino divino. Pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu? Porque ao homem que é bom diante dEle, dá Deus sabedoria, conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito.

Salomão raciocinava que a ambição e o esforço para progredir na vida não têm valor, são um mero e fugaz alento. Na verdade, à parte de Deus, não há resposta para os enigmas da vida. A verdadeira finalidade da existência somente se encontra quando o ser humano cresce em sabedoria divina e organiza sua via em harmonia com a vontade de Deus.

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