O que realmente importa em nossa jornada?

Há alguns anos, uma empresa de alimentos lançou um vídeo publicitário que emocionou milhares de pessoas. Nele, casais deveriam responder à seguinte pergunta: “Se você pudesse jantar com qualquer pessoa, viva ou morta, quem você escolheria?” As respostas foram variadas: cantores, atrizes, comediantes, influencers, músicos e políticos foram mencionados em questão de segundos, provocando risos nos cônjuges. O que eles não sabiam é que a mesma pergunta havia sido feita a seus filhos e gravada para lhes mostrar.

Quando os pais viram as crianças no vídeo, não esconderam as expressões de surpresa e curiosidade. O que elas responderiam? Artistas, esportistas, super-heróis? Unânimes, os filhos indicaram o desejo de jantar com a família: papai, mamãe e os irmãos. Não preciso dizer que os pais ficaram constrangidos e emocionados com a escolha. De repente, eles se deram conta de que as pessoas mais importantes para as crianças eram eles. A mensagem final do vídeo foi simples: “Vamos dedicar tempo para as pessoas que mais importam” (para assistir clique aqui).

É curioso observar que parece haver uma desconexão entre a percepção da importância do tempo em família e a dedicação efetiva para estar em família. Embora eu não tenha encontrado uma pesquisa atual que cruzasse essas duas variáveis, dois estudos recentes me fizeram pensar sobre isso. O primeiro, realizado nos Estados Unidos, indica que estar em família é “uma das coisas mais importantes” para 73% dos norte-americanos, “independentemente da quantidade de tempo que realmente dedicam a isso”. A soma entre estes e aqueles que consideram a prática “importante” alcançou 91% (clique aqui para ter acesso à pesquisa).

Por sua vez, outra pesquisa, feita no Reino Unido, aponta que, naquela região, uma família típica passa junta somente “seis horas por semana”, tendo como principais fatores de separação a jornada de trabalho e o uso de dispositivos eletrônicos (clique aqui para ter acesso ao estudo).

Em que pese o fato de que os estudos foram feitos em continentes diferentes, parece-me razoável supor que eles demonstram uma tendência no mundo ocidental. Se as estatísticas apontam para essa direção em nações desenvolvidas, o que poderíamos dizer da realidade dos países em desenvolvimento, como o Brasil?

Nesse cenário preocupante, encontramos na Bíblia orientações que nos levam a uma vida feliz e significativa no lar. Por isso, gostaria de chamar atenção para a experiência de um homem. As Escrituras afirmam que Salomão foi a pessoa mais sábia que já existiu (1Rs 3:12); contudo, parte de sua jornada foi trilhada longe dos caminhos do Senhor. Apesar de todo conhecimento, riqueza e realizações que adquiriu, em sua velhice, ele chegou à conclusão de que “tudo é vaidade” (Ec 1:2). Se é assim, então, qual é a essência da vida?

De Eclesiastes, seu testamento espiritual, podemos obter a seguinte resposta: a essência da vida é temer a Deus e guardar Seus mandamentos (12:12); valorizar o casamento e a família (9:9; 4:7-12); ser diligente no trabalho (9:10; 11:6); contentar-se com o fruto de nossos esforços (9:7, 10); exercitar a generosidade (11:2) e manter uma vida íntegra (12:14). A felicidade se encontra na simplicidade da caminhada com Deus que fazemos em família, até que alcancemos a vida que não terá fim. Não perca seu tempo em alternativas que fujam disso! 

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA