Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Hebreus 11:37, 38

Shakespeare alertou: “É herege aquele que acende a fogueira, não quem queima dentro dela” (Winter’s Tale [Conto de Inverno], 2.3). Isso se tornou mais do que evidente quando Caim matou o próprio irmão, Abel (Gn 4:1-15), bem como em muitos casos semelhantes (Hb 11:30-38), inclusive dos mártires valdenses.

As tentativas contínuas de forçá-los a se conformar com o catolicismo haviam falhado. Por isso, em 23 de abril de 1655, um massacre generalizado e extremamente brutal tirou a vida de cerca de 1.700 valdenses em Piemonte. Esse genocídio despertou uma reação muito negativa em toda a Europa. Como se não bastasse, em 31 de janeiro de 1686, o duque de Savoia decretou a destruição de todas as igrejas valdenses e ordenou que todos os habitantes dos vales renunciassem publicamente suas heresias sob pena de morte e exílio. Mesmo assim, eles permaneceram fiéis, apesar das ameaças incessantes.

Ellen White explica: “Embora perseguidos e expulsos de seus lares, eles estudavam minuciosamente a Palavra de Deus e viviam de acordo com a luz que brilhava sobre eles. Quando suas posses lhes foram tiradas e suas casas, queimadas, fugiram para as montanhas, onde suportaram fome, fadiga, frio e nudez. Todavia, aqueles dispersos desabrigados se encontravam para unir as vozes em cânticos de louvor a Deus, gratos por serem considerados dignos de sofrer pelo nome de Cristo. Encorajavam e incentivavam uns aos outros e eram agradecidos até mesmo por aquele miserável exílio. Muitas de suas crianças adoeceram e morreram por causa da exposição ao frio e do sofrimento da fome. Contudo, nem por um instante, os pais pensaram em abrir mão de sua fé. Eles valorizavam o amor e o favor de Deus muito mais do que facilidades terrenas ou riquezas mundanas. Recebiam consolo do Senhor e, com agradável expectativa, aguardavam ansiosos a recompensa do galardão” (Review and Herald, 12/02/1880).

Lembre-se de que somente uma religião digna da nossa morte também é digna de dedicarmos a própria vida! Que o exemplo extraordinário de coragem e fidelidade ao Senhor dos valdenses inspire nossa vida religiosa.                                                           – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018

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