Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. […] Orem por nós. Hebreus 13:17, 18

Eu poderia escrever sobre riquíssimas experiências nas quais recebi inspiração, ensinamentos preciosos e incentivo dos pastores com quem convivi na minha infância. A convivência com eles foi uma grande bênção de Deus para mim. Tive a graça de ser pastoreado por grandes homens de Deus, incluídos aqui todos aqueles sob cujos cuidados tenho vivido atualmente.

Lembro-me, porém, de um fato que me impressionou, numa época em que eu não tinha mais que dez anos. Certo dia, recebemos a visita do pastor Gileno Francisco de Oliveira. À semelhança dos outros, era visitador diligente e sempre esteve conosco em momentos nos quais era necessária sua presença. Aquela era a primeira visita que nos fazia e, no diálogo mantido com meus pais, as crianças não foram ignoradas, tendo ele interagido atenciosamente conosco. Foi então informado de que eu desejava ser pastor. Com o afetuoso abraço de congratulações, a pergunta veio direta e objetiva, cheia de sabedoria: “Você quer ser pastor porque acha isso bonito ou porque deseja trabalhar para Deus?”

Apesar da pouca idade, eu tinha muito bem claro o caminho vocacional aberto diante de mim. Com tal certeza, Deus me fez entender na minha esfera infantil que, entre o glamour e as responsabilidades do chamado, eu deveria distinguir a motivação certa. A pergunta ficou gravada em minha mente e aflorava sempre que eu refletia no chamado de Deus para mim. Durante os 40 anos de meu ministério, experimentei o fato de que as duas coisas podem andar juntas. A beleza de trabalhar para Deus é inexplicável, mas não dispensa sacrifícios e a entrega total de si mesmo. Pouco importam essas coisas, desde que o pastor viva a beleza de servir como Cristo serviu.

A recompensa maior do pastorado, bem como de todo cristão fiel, ainda está por vir. “Transportados para o reino de nosso Pai, vamos nos banhar no resplendor de Seu eterno trono; sóis, estrelas e sistemas brilhando à distância como se fossem o piscar de vaga-lumes no verão, e tudo o que nos fez pulsar na Terra o coração, apenas serão lembrados como passatempos de nossas alegrias infantis” (Roy Anderson, O Pastor Evangelista, p. 591). Todos nós temos o prazeroso dever de promover esse momento. Juntos e orando uns pelos outros.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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