Se tirarem o joio, pode acontecer de arrancarem também o trigo. Deixem os dois crescerem juntos até a colheita. Então, direi aos ceifeiros que separem o joio, amarrem-no em feixes e queimem-no, e, depois, guardem o trigo no celeiro. Mateus 13:29-30

Em Mateus 13, Jesus conta diversas parábolas, para explicar o significado do Reino de Deus: a do semeador, do trigo e do joio, da semente de mostarda, do fermento, do tesouro escondido, da pérola, da rede de pesca, e explica o significado das mesmas. Mas, em Nazaré, foi rejeitado pelo líderes locais.

A parábola do semeador (v.1-17):

Tendo Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar; e ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear, e, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, vieram as aves, e comeram-na; outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, mas, vindo o sol, a queimou, e a secou, porque não tinha raiz. Outra caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: “Por que lhes falas por parábolas?” Ele, respondendo, disse-lhes: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.”

“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure (Isaías 6:9-16).”

“Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram (os profetas anunciaram a vinda do Messias, mas não O conheceram, e os discípulos estavam tendo essa oportunidade).”

Explicação dessa parábola (v.16-23):

Escutai pois, a parábola do semeador. Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho. O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende.

O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera; mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.

A parábola do trigo e do joio (v.24-30):

O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. Quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: “Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?” E ele lhes disse: “Um inimigo é quem fez isso.”

E os servos lhe disseram: “Queres pois que vamos arrancá-lo?” Ele, porém, lhes disse: “Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.”

A parábola da semente de mostarda (v.31-32):

O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; é a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.

A parábola do fermento (v.33):

O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.

As parábolas cumprem uma profecia (v.34-35):

Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta: “Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo (Salmo 78:2).”

Explicação da parábola do trigo e do joio (v.36-43):

Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: “Explica-nos a parábola do joio do campo.” E ele disse-lhes: “O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.”

“Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes (os ímpios descobrem que suas escolhas o levam a destruição eterna). Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”

A parábola do tesouro escondido (v.44):

O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.

A parábola da pérola (v.45):

O reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; e, encontrando uma de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.

A parábola da rede de pesca (v.47-51):

O reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. E disse-lhes Jesus: “Entendestes todas estas coisas?” Disseram-lhe eles: “Sim, Senhor.”

Mestres da lei no reino (v.52):

E ele disse-lhes: “Por isso, todo o escriba (todos que ensinam a Palavra de Deus) instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas (ensinamentos do velho testamento e os de Jesus).”

Jesus é rejeitado em Nazaré (v.53-58):

Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, voltou para Nazaré. Enquanto ensinava na sinagoga, todos se maravilhavam, e diziam: “De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas? Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?” E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: “Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.” E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.

Por meio destas sete parábolas Jesus procura transmitir o verdadeiro significado do Reino de Deus. Não são todos os que conseguem entender, pois a sua mente está voltada para o que o mundo oferece. Mas, aqueles que realmente querem entender mais sobre o Reino de Deus, e buscam esse conhecimento, Deus lhes revela o verdadeiro significado.

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