“Meu filho, guarde consigo a sensatez e o equilíbrio, nunca os perca de vista.” Provérbios 3:21, NVI

No mundo profissional e dos negócios, pessoas muito exigentes consigo mesmas e com as demais formam duas faces da moeda do perfeccionismo. Uma das faces é positiva e pode abrir as portas do sucesso profissional a alguém. Que empresa não olha com bons olhos alguém sempre disposto a andar uma segunda milha no trabalho, começar cedo e sair tarde, e que desenvolve a criatividade, procurando realizar mais que o comum? O que dizer de pessoas que investem no próprio crescimento, tendo em vista ser cada vez mais excelentes em tudo o que lhes vem às mãos, atentas a todos os detalhes de um projeto e cuidando para que nada escape ao melhor julgamento?

O lado negativo da moeda reluz quando as virtudes demonstradas no caminho da excelência se tornam obsessão, imprimindo hábitos de intransigência e intolerância. Aí o comportamento se torna doentio. Distanciando-se da percepção da realidade de que é apenas ser humano, com limitações, vulnerável a imprevistos e traições, às vezes, da própria superdimensionada capacidade, o perfeccionista acaba sofrendo terrivelmente por não aceitar erros até insignificantes e que podem ser facilmente reparados. Não menos piores são as consequências quando outras pessoas estão envolvidas no processo. Geralmente se tornam alvos de críticas ferozes. Os prejuízos emocionais e relacionais desse comportamento são altamente destrutivos.

Se é assim no âmbito material, esse quadro apenas esboça o que pode ser visto no contexto espiritual. É um fato estabelecido que devemos buscar a excelência em nosso desenvolvimento cristão, assim como é certo que a única manifestação de caráter absolutamente perfeito, inerentemente sem erros, somente foi vista na vida de Cristo. Somos todos pecadores. Cada um de nós, em sua esfera, tem lutas a vencer. Sabedores disso, precisamos recorrer ininterruptamente ao auxílio da graça celestial a fim de sermos conduzidos às vitórias da fé. Não ignoremos que outros companheiros de jornada precisam ser beneficiados pela fluência dessa graça em nossas atitudes para com eles.

Conhecedor dessa realidade, o sábio Salomão realçou em nosso texto a importância do equilíbrio que deve caracterizar a vida saudável em todos os aspectos. Assim, longe dos extremos, prosseguimos na esperança e no temor do Senhor, aguardando ativamente (1Jo 3:3) a consumação da obra de Cristo em nós, em Sua vinda.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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