Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no Céu por um pecador que se arrepende. Lucas 15:7

No sábado, 26 de outubro de 1963, ocorreu em minha cidade natal um congresso de jovens adventistas. Em casa, depois da programação da manhã, meu pai propôs a mim e às minhas duas irmãs que nos batizássemos no dia seguinte. Disse-nos ser esse o desejo do pastor Edward Kanna, diretor de Jovens para os estados da Bahia e Sergipe. Não nos opusemos, embora hoje eu reconheça que meu entusiasmo poderia ter sido maior. No domingo pela manhã, após a programação, fui informado pelo meu pai de que a comissão da igreja se reuniria para avaliar os candidatos ao batismo. Era costume voltarmos juntos para casa. Então resolvi esperar por ele.

Na pequena sala do departamento infantil, onde fiquei sozinho, meus pensamentos voaram. Demorei-me pensando nas coisas que deveria fazer ou deixar de fazer: pequenos divertimentos, especialmente futebolísticos, e outras peraltices comuns a um garoto de 14 anos daquele tempo. Mas, o que diriam meus amigos? Pareceu que o inimigo me sussurrou: “Bem, se a comissão não aprovar, talvez não seja totalmente ruim.” Contudo, em meio àqueles pensamentos, meu pai surgiu no topo do pequeno degrau que dava acesso à sala onde eu estava. Nada falou. Apenas abriu o largo e belo sorriso que ele tinha, emoldurado pelo farto bigode bem cuidado. Tranquilizei-me e fui contagiado pela alegria dele. Eu não podia apagar aquele sorriso. À noite, naquele domingo, 27 de outubro de 1963, fui batizado com minhas duas irmãs e outras duas pessoas.

Nunca me arrependi daquela decisão, especialmente ao compreender que além de meu pai terrestre, o Pai celestial também sorria. Saber que Ele continua sorrindo para mim motiva-me na luta contra mim mesmo. Acredite, é assim comigo e com você. É o sorriso do Pai que nos anima, sustenta, renova a esperança, cura nossas feridas e nos agiganta frente aos desafios da fé.

O desfecho das três parábolas relatadas em Lucas 15 retrata a alegria sentida “no Céu”, quando o pecador se arrepende. Mas, o sorriso Dele não se limita a esse momento. É como diz a canção “Ele é fiel”, na versão de Júnia Mesquita: “Toda vez que eu clamo a Jesus, Ele, amável e sorrindo, me espera outra vez”. É assim durante toda nossa jornada terrestre, até o dia em que, sorridente, Ele abrirá os braços em boas-vindas para nós na glória celestial.

Zinaldo A. Santos, MM 2020, CPB

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