Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar. Gênesis 2:15

Hoje haverá festa, e deveria ser apenas isso. Contudo, o dia do trabalho tem se transformado em uma ocasião de protestos e confrontos. Por um lado, empregados exigem garantia de direitos supostamente ameaçados, melhores salários e compensações pelo esforço; por outro, desempregados protestam em busca de uma solução para um problema que os afeta muito.

Que bom seria se apenas pudéssemos celebrar, sem tensões, a preciosa dádiva do trabalho outorgada por Deus ao ser humano no início da criação. A perfeição com a qual o planeta saiu das mãos de Deus, bem como a felicidade eterna planejada para o ser humano não excluíam a necessidade de trabalhar. O fato de que, após a entrada do pecado, o Senhor tivesse dito a Adão que ele comeria o pão “mediante o suor do rosto” (Gn 3:19) não significou maldição atribuída ao trabalho, assim como não o foi para a gravidez (Gn 3:16-19). Contudo, indica que a sobrevivência humana seria mais difícil sem o vigor que possuía antes da queda.

A entrada do pecado afetou o nível de dificuldade do trabalho, não seu valor. “Apesar de hoje ser realizado com ansiedade, cansaço e dor, [o trabalho] é ainda uma fonte de felicidade e desenvolvimento. É também uma salvaguarda contra a tentação. Sua disciplina coloca uma barreira à autossatisfação e promove habilidade, pureza e firmeza. Assim, torna-se parte do grande plano de Deus para que sejamos recuperados da queda” (Ellen White, Educação, p. 214).

Por causa da ambição e do egoísmo, trabalhadores são explorados e prejudicados. Em seu tempo, o apóstolo Tiago chamou a atenção de empregadores que amontoavam riquezas à custa de salário injusto, pago com atraso ou retido dos trabalhadores. Os exploradores não ficariam sem resposta (Tg 5:1-6). Em nossos dias, o quadro se repete. Insatisfeitas, há pessoas que apenas toleram o trabalho e outras que reagem aos patrões, incentivadas por ideologias partidárias inúteis, enquanto o coração humano não se render à transformação que Cristo quer efetuar.

À parte das ações dos maus, trabalhe com o máximo de excelência; pois, como disse Ruy Barbosa, “oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar-se d’alma pelo contato com Deus. […] Quem quer, pois, que trabalhe está em oração ao Senhor” (Oração aos Moços, p. 47). Desfrute seu trabalho e os resultados dele. Isso é presente de Deus (Ec 3:13).

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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