Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Mateus 5:9
Ao analisar a bem-aventurança sobre a qual refletimos hoje, certo pregador destacou o fato de ela ser a sétima, ordinal do número relacionado à perfeição. Acaso, seria isso indicador de que os pacificadores estão mais perto da perfeição em Cristo? A posição do texto também foi lembrada. Seguindo-se à menção aos puros de coração, ser pacificadores não implica conivência com o mal. Apesar disso, não podemos nos esquecer de que, por mais pacíficos que possamos ser, não estaremos livres de incompreensão e até perseguição, à semelhança do Príncipe da Paz. Esse é o tema da próxima bem-aventurança.
O conceito de paz domina toda a Bíblia. No Éden, ela foi estabelecida no coração do ser humano. Com o pecado, deu lugar à inimizade contra Deus, mas foi restaurada pela morte de Cristo na cruz. A aceitação de Seu sacrifício e a decorrente justificação restabelecem a paz do ser humano com Deus (Rm 5:1). Haverá paz na eternidade, quando se completar o plano da redenção.
Considerando que Jesus enche de paz o coração de Seus filhos, declarou felizes aqueles que a promovem entre os semelhantes. Esse ministério pacificador vai muito além das ações desenvolvidas pelos governantes, diplomatas, juristas, pela ONU e pelos vencedores do Prêmio Nobel da Paz. Esses lutam por um modelo transitório de paz. Jesus aqui Se refere especialmente à tarefa de induzir os seres humanos a que estejam em paz com Deus. Portanto, os pacificadores mencionados por Cristo oferecem paz divina, real, eterna! É a paz à qual o Mestre Se referiu quando disse: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo” (Jo 14:27).
Estando em paz com Deus, o resultado natural na vida do cristão é ter paz com o semelhante. Paulo aconselhou: “Vivei em paz uns com os outros” (1Ts 5:13). E mais: “Façam todo o possível para viver em paz com todos” (Rm 12:18, NVI). “Esforcem-se para viver em paz com todos” (Hb 12:14, NVI). O cristão orará e se empenhará pela existência de paz na família, na igreja e na sociedade. Não criará embaraços nem forjará retaliações. Sua disposição de ceder em nome da paz não implica passividade, mas atividade corajosa e persistente na busca do objetivo maior.
Ser filhos de Deus significa ter caráter semelhante ao do Pai. Eles cumprem o plano divino de paz entre eles, Deus e os semelhantes.
Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB