Felizes as pessoas que têm o coração puro, pois verão a Deus. Mateus 5:8, NTLH

A virtude da pureza é atributo distintivo do cristão autêntico. A própria expressão “puros de coração” ou “limpos de coração” revela a origem dessa qualidade: o interior do cristão bem-aventurado, sua mente, seus sentimentos e motivações. É a partir daí que ela é vista em uma conduta isenta de subterfúgios hipócritas. Infelizmente, no emaranhado de contrastes que a sociedade atual experimenta e que confunde o mundo, o conceito de pureza é minimizado, quando não inexistente. Mas o ideal de Deus para Seus filhos não mudou: sejam puros de coração. Como sabemos, nas Escrituras o coração simboliza o centro da personalidade. Não apenas o centro dos afetos e emoções, mas a fonte da qual fluem todos os sentimentos. Inclui a mente, o intelecto, a consciência, enfim, o todo do ser humano.

A primeira ideia que vem à mente quando tratamos de pureza é o aspecto da vitória contra a concupiscência. É isso e muito mais. “Felizes as pessoas que têm o coração puro” expressa que são felizes os puros não somente na superfície do ser, mas no íntimo, na fonte de cada uma de suas ações. O Senhor deseja que Seus filhos sejam livres do orgulho e de interesses egoístas, fiéis nos mais profundos desígnios e motivos da alma, humildes, abnegados e sinceros.

Nos dias de Cristo, faltava pureza de coração àqueles que doutrinavam e lideravam o povo. Eram falsos, desprovidos de integridade interior, atores da religiosidade. O Mestre reprovou duramente sua hipocrisia (Mt 23). Em contraposição, exaltou a pureza do coração e a ausência de contaminação espiritual, corrupção ou mácula em qualquer sentido.

Os puros de coração têm a virtude da transparência. Não farão nenhum gesto misterioso, são honrados e honestos. Levam o Céu no coração. Contudo, somente a limpeza realizada pelo sangue de Cristo pode tirar as manchas do pecado humano e tornar o coração puro.

Uma vez submetidos a esse processo, estaremos habilitados a receber a recompensa prometida: “Verão a Deus.” Essa promessa de ver o Senhor face a face é a mais cativante para aqueles que O amam e têm experimentado o novo nascimento. O cristão se alegra agora em Sua companhia espiritual, mas anela ver o dia em que o véu que separa o Céu da Terra será finalmente tirado e poderá sentar-se aos pés de Jesus. Essa esperança deve nos levar a orar: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51:10).

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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