Como pode um homem reclamar quando é punido por seus pecados? Lamentações 3:39, NVI

Esquecidas de que tudo “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7), muitas pessoas vão seguidamente de uma má escolha a outra em busca de satisfação, prosperidade e realização pessoal. Isso ocorre tanto no âmbito do cotidiano, nas decisões aparentemente mais simples, como naquelas relacionadas às questões eternas. Se há descaso para com os princípios que norteiam a saúde, o preço a ser pago será debilidade física. Caso se flerte com relacionamentos impróprios, os legítimos ruirão. Se alguém não dispensa ao cônjuge amor, respeito, atenção, paciência, entre outras virtudes, ou não responde devidamente a elas, como esperar que o relacionamento cresça sólido? A escolha de caminhos pecaminosos levará à morte. Entretanto, muitos se queixam, como se nada tivessem que ver com isso, deixando escapar a interrogação quando se deparam com os resultados de sua conduta: “Onde foi que eu errei?”

Em última instância, cabe ao ser humano a escolha dos caminhos que seguirá. Caso os tenha escolhido mal, de que deveria se queixar, senão de si mesmo? Se as consequências são colhidas como resultado natural dos atos ou imposta como punição, podemos até nos queixar a Deus, derramando perante Ele nosso coração; porém, nunca nos queixando de Deus. É por amor que Ele repreende e castiga (Ap 3:19) tendo em vista nosso crescimento integral. Se analisarmos nossas aflições sob o foco dessa luz, renunciaremos aos impacientes murmúrios contra a providência divina, sendo agradecidos por Sua direção que, por meio dos sofrimentos, conduz-nos ao arrependimento.

O livro de Lamentações trata de acontecimentos trágicos que levaram o povo de Israel à profunda tristeza. Nada que não fosse resultado de seu deliberado afastamento de Deus, ocorrido pela débil atuação de seus líderes. Contudo, a restauração viria quando o povo deixasse de culpar Deus pela situação, confessasse seu pecado e se voltasse para Ele (Lm 3:40-42). Deus o atenderia, porque “o Senhor não rejeitará para sempre” (v. 31).

Nenhuma punição é maior do que o merecimento de nossos pecados. Voltemo-nos então para Sua vontade cheia de graça. Sim, a graça! Enquanto ela existir, a esperança não morre. Apesar de nós mesmos, Deus é sempre o mesmo. “Levantemos o coração e as mãos para Deus” (v. 41, NVI) em confissão. Ao enfrentarmos os desafios que este dia nos reserva, sejamos sensíveis à Sua direção.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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