Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Mateus 26:64

Aquela voz que chega ao ouvido dos mortos, eles a conhecem. Quantas vezes ela foi ouvida nos rogos tocantes de um amigo, um irmão, um Redentor! Para os que rejeitaram Sua graça, nenhuma outra voz poderia ser tão cheia de censura, tão carregada de denúncias, como aquela que durante tanto tempo assim declarou: “Convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer?” (Ez 33:11). Aquela voz desperta memórias que eles desejariam ardentemente que se desvanecessem – advertências desprezadas, convites recusados, privilégios desvalorizados.

Ali estão os que zombaram de Cristo no momento de Sua humilhação. Com uma força eletrizante lhes vêm à mente as palavras do Sofredor, quando, repreendido pelo sumo sacerdote, declarou solenemente: “Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt 26:64). Agora O contemplam em Sua glória, e ainda O devem ver assentado à direita do poder.

Os que escarneceram de Sua declaração de ser Ele o Filho de Deus estão agora mudos. Ali está o altivo Herodes, que escarneceu de Seu título real, mandando os soldados zombadores coroá-Lo rei. Estão ali os mesmos homens que com mãos ímpias Lhe colocaram sobre o corpo o manto de púrpura; sobre a fronte sagrada, a coroa de espinhos; na mão, que não opunha resistência, uma imitação de cetro; e diante dEle se curvavam em zombaria blasfema. Os homens que bateram e cuspiram no Príncipe da vida agora se desviam de Seu olhar agudo, procurando fugir da poderosa glória de Sua presença. Aqueles que introduziram os cravos através de Suas mãos e pés e o soldado que Lhe feriu o lado contemplam esses sinais com terror e remorso.

Com terrível precisão, sacerdotes e príncipes recordam-se dos acontecimentos do Calvário. Estremecendo de horror, lembram-se de como, movendo a cabeça em satânica alegria, exclamaram: “Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. É Rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nEle. Confiou em Deus; pois venha livrá-Lo agora, se, de fato, Lhe quer bem” (Mt 27:42, 43).

–  EGWhite, O Grande Conflito, p. 642, 643

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA