Que é a verdade? João 18:38

A pergunta: “Que é a verdade?” (Jo 18:38), feita por Pilatos a Cristo, sempre ecoou na mente de homens e mulheres em busca de certeza e direção para a vida. Na Idade Média, quem desejasse conhecer a verdade deveria buscá-la junto ao clero. Com o advento da Reforma, a verdade passou a ser vista como bem acessível a qualquer pessoa que pesquisasse as Escrituras. Em seguida, as revoluções filosófica e científica rejeitaram a autoridade dessas fontes, atribuindo a possibilidade da descoberta da verdade à razão humana e à ciência.

Assim, o mundo entrava em uma fase na qual a ciência se tornou a medida de todas as coisas, estando pretensamente destinada a resolver todos os problemas. Desiludido pela falácia dessas propostas, o homem se empenhou em construir a própria verdade, divorciada de valores absolutos. Isso resultou no pensamento pós-moderno, cujos conceitos de verdade relativa, plural, ajustável a situações, conveniências e gostos pessoais nos desafiam, porque ameaçam a fé e geram incerteza.

Contudo, outras características da pós-modernidade nos levam à conclusão de que esse período representa uma grande oportunidade para a igreja em sua missão e para nosso cristianismo pessoal. A valorização pós-moderna da experiência religiosa pessoal autêntica e da vivência comunitária não deve ser minimizada. Nessa mentalidade, as pessoas não são impressionadas com a teoria da religião, mas por sua demonstração prática. De fato, não existem argumentos contra a evidente transformação efetuada por Deus na vida do crente.

Além disso, os pós-modernos valorizam relacionamentos. Pessoas com essa mentalidade não serão conquistadas pela visão da grandeza institucional de um grupo religioso, mas por membros desse grupo que desenvolvam relacionamento com elas. Em realidade, em meio a tantos rituais dos quais possamos nos gloriar, necessitamos atentar para o que a Bíblia aponta como verdadeira religião: “Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações” (Tg 1:27). Não podemos ignorar as necessidades daqueles a quem pretendemos encaminhar para a eternidade.

Novos desafios abrem portas para novas oportunidades e não devem ser temidos. O Senhor da História pode revertê-los em instrumentos para reavaliação de nossas prioridades, em caminhos que nos levem a viver a verdade autêntica, em Cristo Jesus, tornando-nos efetivos no cumprimento da missão que Ele nos confiou.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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