Honra teu pai e tua mãe […]. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás […] coisa alguma que pertença ao teu próximo. Êxodo 20:12-17

O texto para nossa reflexão podia ser qualquer um dos seis últimos mandamentos do Decálogo. Eles contêm a terceira grande lição implícita nessa lei: a valorização do relacionamento com nosso semelhante. Essa é uma verdade que nem sempre é absorvida facilmente em um mundo que nos empurra para uma corrida frenética pela aquisição de bens. De fato, é mais fácil manejar coisas do que se relacionar com pessoas cujas peculiaridades exigem de nós certa dose de paciência e graça. Assim, alguns tendem a atribuir às posses um valor muito acima do que se deve dar ao ser humano. Outros, porém, abraçam o legalismo, que leva a desconsiderar pessoas, em favor da letra de regras insensíveis e frias.

Por sua vez, os seis últimos mandamentos nos incentivam a tratar as pessoas da maneira como Deus as trata: como seres especiais, criados à Sua imagem e semelhança, dignos de consideração, respeito e proteção em todos os sentidos. Foi para salvar pessoas que o próprio Deus, na pessoa de Seu Filho, depôs a vida no Calvário. Porque Jesus valorizou pessoas, acercando-Se de pecadores e marginalizados da sociedade, Seus adversários o acusavam de transigente e indigno de crédito. “Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” (Mt 9:11), questionavam. E Ele mesmo Se encarregou da resposta: “Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (v. 13).

Sabiamente, o Senhor colocou as coisas em último lugar entre os mandamentos: “Não cobiçarás […] coisa alguma que pertença ao teu próximo.” Foi por se deixar absorver unicamente pelas posses, que o rico insensato da parábola se perdeu (Lc 12:16-21).

Morris Venden, ao falar do modo como Cristo Se relacionava com as pessoas, escreveu: “As pessoas comuns O ouviam alegremente […]. Ele saudou os pecadores, os ladrões e as prostitutas. Tratava os grupos minoritários de Seus dias com dignidade. Ele tinha compaixão dos temerosos, angustiados e tristes, e, no entanto, condenava o orgulho e a autossuficiência” (Como Jesus Tratava as Pessoas, p. 4, 5).

Que o Senhor nos conceda graça suficiente para cumprir Sua lei, quanto à maneira como trataremos as pessoas com quem entrarmos em contato. Lembremo-nos de que toda pessoa a quem Cristo ama é digna do nosso amor.

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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